sábado, 3 de junho de 2017

Prefeito de Nova York assina decreto para que cidade cumpra metas do Acordo de Paris




O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, assinou nesta sexta-feira (2) uma ordem executiva que estabelece que a cidade vai cumprir as metas do Acordo de Paris, do qual o presidente Donald Trump retirou os Estados Unidos.

Em uma mensagem gravada em vídeo em seu gabinete, De Blasio afirma que a decisão de Trump enfraquece o trabalho que as cidades e os estados em todo o país estão fazendo para reduzir seu impacto nas mudanças climáticas.

"Isso significa que temos que ir além, temos que lidar com as questões com nossas próprias mãos e a cidade de Nova York vai fazer isso hoje", disse o prefeito, que nesta quinta já havia criticado a decisão de Trump. "Cidades e localidades em todo o mundo terão de ir mais além do que planejamos originalmente, porque vemos os Estados Unidos da Amércia dando para trás", acrescentou.

A ordem executiva estabelece que "todas as agências da cidade reportem até 30 de setembro um plano para alcançar metas mais altas em termos de redução de emissões e em uma taxa mais rápida, para nós podermos fazer a nossa parte em redução no aumento da temperatura em menos de 1.5ºC", disse o prefeito.

No Twitter, De Blasio publicou:"Assinei a Ordem Executiva 26 porque o futuro da cidade de Nova York está ameaçado pela mudança do clima. Nós vamos honrar as metas do "AcordoDe Paris".

Acordo de Paris

O acordo de Paris, assinado em dezembro de 2015 durante a cúpula da ONU sobre mudanças climáticas, COP 21, prevê que os países devem trabalhar para que o aquecimento fique muito abaixo de 2ºC, buscando limitá-lo a 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais.

A saída dos EUA, segundo maior produtor mundial de gás de efeito estufa, pode minar o acordo internacional, o primeiro da história em que os 195 países da ONU se comprometem a reduzir suas emissões. A decisão de Trump pode ter sérias consequências para o cumprimento das obrigações previstas pelo tratado por parte de outros países e, mais em geral, sobre a condição climática do planeta, considerando que o aquecimento global é um fenômeno que já está ocorrendo e que todos os anos perdidos na luta contra esse fenômeno aumentam o risco de provocar efeitos irreversíveis sobre o clima.

Segundo levantamentos realizados por várias universidades e centros de pesquisa de diferentes países do mundo, a saída dos EUA do Acordo de Paris acrescentaria 3 bilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) emitido por ano na atmosfera, aumentando a temperatura da Terra entre 0,1º e 0,3º C até o final do século.

Ao justificar a decisão de retirar os EUA do acordo, Trump disse que o documento traz desvantagens para os EUA para beneficiar outros países, e prometeu interromper a implementação de tudo que for legalmente possível imediatamente. O presidente americano também disse que ia negociar um retorno ou um novo acordo climático em termos que considere mais justos para os americanos.

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