quarta-feira, 3 de maio de 2017

Manifestante tem corpo incendiado durante protesto contra Maduro na Venezuela

Um manifestante que participava de um protesto contra o governo de Nicolás Maduro nesta quarta-feira (3) em Caracas teve seu corpo incendiado.

De acordo com a agência France Presse, seu corpo pegou fogo depois que um tanque de gás de um veículo usado pela polícia explodiu. Ainda não está claro qual o seu estado de saúde.
Manifestante tem corpo incendiado nesta quarta-feira (3) durante protesto em Caracas (Foto: RONALDO SCHEMIDT / AFP) Manifestante tem corpo incendiado nesta quarta-feira (3) durante protesto em Caracas (Foto: RONALDO SCHEMIDT / AFP)

Em mais um dia de manifestações, houve confrontos e distúrbios no protesto desta quarta, que foi organizado para protestar contra a convocação de uma Assembleia Constituinte pelo presidente Maduro.

Os opositores iniciaram uma passeata no leste da capital venezuelana rumo à sede do Parlamento, no centro de Caracas, mas foram dispersados com bombas de gás e balas de borracha pela Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militarizada).

Apoiados por caminhões blindados, militares e policiais pressionaram a multidão, com gás e com jatos d'água, na autoestrada Francisco Fajardo, no leste de Caracas. Jovens, alguns encapuzados, reagiram com pedras e com barricadas em chamas. Várias pessoas ficaram feridas, incluindo dois deputados da oposição.
Manifestante tem corpo incendiado nesta quarta-feira (3) em Caracas (Foto: RONALDO SCHEMIDT / AFP) Manifestante tem corpo incendiado nesta quarta-feira (3) em Caracas (Foto: RONALDO SCHEMIDT / AFP)

Manifestante tem corpo incendiado nesta quarta-feira (3) em Caracas (Foto: RONALDO SCHEMIDT / AFP)

Mortos e feridos

O Ministério Público informou que um jovem de 18 anos morreu nos distúrbios desta quarta, mas as circunstâncias de sua morte ainda não foram esclarecidas.

Com esta morte, sobe a 32 o número de mortos em um mês de manifestações contrárias ao governo. Além disso, houve quase 500 feridos e mais de mil detidos.

Só nesta quarta, mais de 180 pessoas ficaram feridas, entre elas seis deputados venezuelanos, segundo informações da agência Efe.
Manifestantes da oposição venezuelana entram em confronto com a polícia durante proteste desta quarta-feira (3) contra convocação de uma Assembleia Constituinte (Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins) Manifestantes da oposição venezuelana entram em confronto com a polícia durante proteste desta quarta-feira (3) contra convocação de uma Assembleia Constituinte (Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)

Manifestantes da oposição venezuelana entram em confronto com a polícia durante proteste desta quarta-feira (3) contra convocação de uma Assembleia Constituinte (Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)

Assembleia Constituinte

Maduro entregou o decreto para instaurar a Assembleia Constituinte nesta quarta-feira ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Depois, liderou um ato para milhares de seguidores no centro da capital.

"Convoco uma Assembleia Nacional Constituinte cidadã e de profunda participação popular para que nosso povo, como depositário do Poder Constituinte originário, possa, com sua voz, decidir o destino da Pátria", disse o presidente no CNE.

Maduro garante que a eleição dos 500 constituintes será feita "livremente, pelo voto universal, direto e secreto", nas "próximas semanas", em setores da sociedade e dos municípios. Metade deles deverá ser escolhida por setores sociais, nos quais o governo tem influência. Segundo ele, as eleições serão "nas próximas semanas".

"Constituinte, sim, 'guarimaba' [protesto violento], não", gritou Maduro para seus seguidores.

No ato, ele foi acompanhado da presidente do CNE, Tibisay Lucena, acusada pela oposição de servir ao governo. Em discurso, Lucena declarou que a Constituinte "trará paz ao país".

'Fraude'

Segundo seus adversários e na visão de especialistas constitucionalistas, isso significa uma eleição "fraudulenta", e "não universal".

"É uma fraude madurista. Como não podem ganhar eleições, querem impor o modelo eleitoral cubano para se perpetuar no poder", garantiu o líder da oposição Henrique Capriles, convocando seus correligionários nas ruas.

"Todas as ditaduras caem. Esta pantomima que deseja convocar não pode tirar nossa maior força: o povo na rua", declarou o vice-presidente do Parlamento, Freddy Guevara.

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