Um manifestante que participava de um protesto contra o
governo de Nicolás Maduro nesta quarta-feira (3) em Caracas teve seu corpo
incendiado.
De acordo com a agência France Presse, seu corpo pegou fogo
depois que um tanque de gás de um veículo usado pela polícia explodiu. Ainda
não está claro qual o seu estado de saúde.
Manifestante tem corpo incendiado nesta quarta-feira (3)
durante protesto em Caracas (Foto: RONALDO SCHEMIDT / AFP) Manifestante tem
corpo incendiado nesta quarta-feira (3) durante protesto em Caracas (Foto:
RONALDO SCHEMIDT / AFP)
Em mais um dia de manifestações, houve confrontos e
distúrbios no protesto desta quarta, que foi organizado para protestar contra a
convocação de uma Assembleia Constituinte pelo presidente Maduro.
Os opositores iniciaram uma passeata no leste da capital
venezuelana rumo à sede do Parlamento, no centro de Caracas, mas foram
dispersados com bombas de gás e balas de borracha pela Guarda Nacional
Bolivariana (GNB, polícia militarizada).
Apoiados por caminhões blindados, militares e policiais
pressionaram a multidão, com gás e com jatos d'água, na autoestrada Francisco
Fajardo, no leste de Caracas. Jovens, alguns encapuzados, reagiram com pedras e
com barricadas em chamas. Várias pessoas ficaram feridas, incluindo dois deputados
da oposição.
Manifestante tem corpo incendiado nesta quarta-feira (3) em
Caracas (Foto: RONALDO SCHEMIDT / AFP) Manifestante tem corpo incendiado nesta
quarta-feira (3) em Caracas (Foto: RONALDO SCHEMIDT / AFP)
Manifestante tem corpo incendiado nesta quarta-feira (3) em
Caracas (Foto: RONALDO SCHEMIDT / AFP)
Mortos e feridos
O Ministério Público informou que um jovem de 18 anos morreu
nos distúrbios desta quarta, mas as circunstâncias de sua morte ainda não foram
esclarecidas.
Com esta morte, sobe a 32 o número de mortos em um mês de
manifestações contrárias ao governo. Além disso, houve quase 500 feridos e mais
de mil detidos.
Só nesta quarta, mais de 180 pessoas ficaram feridas, entre
elas seis deputados venezuelanos, segundo informações da agência Efe.
Manifestantes da oposição venezuelana entram em confronto
com a polícia durante proteste desta quarta-feira (3) contra convocação de uma
Assembleia Constituinte (Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins) Manifestantes da
oposição venezuelana entram em confronto com a polícia durante proteste desta
quarta-feira (3) contra convocação de uma Assembleia Constituinte (Foto:
REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)
Manifestantes da oposição venezuelana entram em confronto
com a polícia durante proteste desta quarta-feira (3) contra convocação de uma
Assembleia Constituinte (Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)
Assembleia Constituinte
Maduro entregou o decreto para instaurar a Assembleia
Constituinte nesta quarta-feira ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Depois,
liderou um ato para milhares de seguidores no centro da capital.
"Convoco uma Assembleia Nacional Constituinte cidadã e
de profunda participação popular para que nosso povo, como depositário do Poder
Constituinte originário, possa, com sua voz, decidir o destino da Pátria",
disse o presidente no CNE.
Maduro garante que a eleição dos 500 constituintes será
feita "livremente, pelo voto universal, direto e secreto", nas
"próximas semanas", em setores da sociedade e dos municípios. Metade
deles deverá ser escolhida por setores sociais, nos quais o governo tem
influência. Segundo ele, as eleições serão "nas próximas semanas".
"Constituinte, sim, 'guarimaba' [protesto violento],
não", gritou Maduro para seus seguidores.
No ato, ele foi acompanhado da presidente do CNE, Tibisay
Lucena, acusada pela oposição de servir ao governo. Em discurso, Lucena
declarou que a Constituinte "trará paz ao país".
'Fraude'
Segundo seus adversários e na visão de especialistas
constitucionalistas, isso significa uma eleição "fraudulenta", e
"não universal".
"É uma fraude madurista. Como não podem ganhar
eleições, querem impor o modelo eleitoral cubano para se perpetuar no
poder", garantiu o líder da oposição Henrique Capriles, convocando seus
correligionários nas ruas.
"Todas as ditaduras caem. Esta pantomima que deseja
convocar não pode tirar nossa maior força: o povo na rua", declarou o
vice-presidente do Parlamento, Freddy Guevara.
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