Da Reuters
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, disse nesta
quinta-feira que deseja construir uma relação de confiança quando conhecer o
presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta semana, enfatizando
que a aliança mútua está no cerne da diplomacia e da segurança de Tóquio.
Abe, que se programou para se encontrar com Trump ainda
nesta quinta-feira em Nova York, deve ser o primeiro líder estrangeiro a
fazê-lo desde a eleição do bilionário norte-americano do setor imobiliário no
dia 8 de novembro.
A aliança EUA-Japão é "o alicerce da diplomacia e da
segurança do Japão. Só quando existe confiança nasce uma aliança", disse
Abe aos repórteres antes de partir de Tóquio, relatou a agência de notícias
Kyodo.
Mas os detalhes do encontro ainda não estão claros, e a
equipe de transição de Trump não respondeu a pedidos de comentários sobre a
reunião.
Na quarta-feira, autoridades japonesas disseram não ter
decidido quando ou onde em Nova York o encontro ocorreria, quem seria convidado
ou, em alguns casos, quem procurar em busca de respostas.
No início desta semana, um assessor de Trump, falando
anonimamente, disse que seu chefe irá procurar tranquilizar Abe e outros
aliados asiáticos abalados com sua retórica de campanha.
Trump causou preocupações em Tóquio e além com seus
comentários sobre a possibilidade de o Japão adquirir armas nucleares e
exigências de que aliados paguem mais pela manutenção de forças dos EUA em seu
solo ou enfrentem a perspectiva de sua retirada.
"O primeiro-ministro Abe certamente irá falar sobre a
importância da aliança EUA-Japão, e essa aliança não é só para o Japão e os
Estados Unidos, mas também para toda a região indo-pacífica, assim como para a
política mundial", disse um assessor do premiê, Katsuyuki Kawai, à
Reuters.
Kawai disse ter conversado com vários conselheiros de Trump
e parlamentares desde que chegou a Washington, na segunda-feira, e que lhe foi
dito que "não temos que tomar cada palavra que o senhor Trump disse
publicamente literalmente".
O conselheiro de Trump disse acreditar que o novo mandatário
irá reafirmar "o compromisso norte-americano de estar no (Oceano) Pacífico
no longo prazo".
Ele ainda disse que o tema do apoio financeiro do Japão a
tropas dos EUA em seu território pode surgir, mas que dificilmente terá
destaque.
Alguns diplomatas dizem que, até Trump nomear os postos-chave
de seu gabinete, será difícil avaliar suas políticas em questões que vão da
mobilização de soldados dos EUA no exterior à agressividade marítima da China
na Ásia e a ameaça nuclear da Coreia do Norte.
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