O Palácio do Planalto está
preocupado e, por isso mesmo, monitorando as mobilizações das diferentes
categorias, por conta da greve geral convocada por várias centrais sindicais,
para a próxima sexta-feira, 28. O governo estuda, inclusive, cortar o ponto dos
grevistas. Ainda não há uma ideia exata do número de pessoas que poderão ir
para as ruas nesta sexta-feira, 28, nem do tamanho das manifestações que
poderão ser realizadas no Primeiro de Maio, segunda-feira que vem.
Mas o governo teme que,
dependendo do tamanho do protesto de sexta, que poderá ser reforçado, ou não,
pelos atos de segunda-feira, Dia do Trabalho, isso possa ter impacto na votação
das reformas e leve a um adiamento do calendário de discussão da matéria no
Congresso. O Planalto quer evitar que essa mobilização nas ruas possa
incentivar as pessoas a virem para Brasília protestar contra as reformas
trabalhista e da Previdência.
O Planalto estuda endurecer com
os grevistas do serviço público que faltarem ao trabalho na sexta. O Ministério
do Planejamento está preparando e poderá distribuir uma determinação para que
todos os ministérios cortem o ponto dos funcionários que faltarem ao trabalho
na sexta-feira, dia da greve geral.
O prefeito de São Paulo, João
Doria (PSDB), afirmou nesta terça-feira, 24, que vai cortar o ponto de
funcionários do município que aderirem ao movimento. No Planalto, a avaliação é
de que cortar o ponto de quem não trabalha não é endurecer, é cumprir uma regra
e lembram que nos 13 anos de administração petista as regras não eram
respeitadas e que não havia nenhum prejuízo aos grevistas que
"prejudicavam barbaramente" a população.
Paralelamente, o governo federal,
no entanto, ainda está tentando conversar com centrais sindicais que têm alguma
relação com o Planalto para que elas não convoquem seus associados a aderirem à
paralisação. A ideia é tentar convencê-los de que essa paralisação só servirá
para reforçar o discurso do PT.
Nesta terça-feira, as primeiras
discussões já foram feitas no Planalto para avaliar a situação da convocação da
greve geral, com a presença da Casa Civil, do Gabinete de Segurança
Institucional, da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal , da
Agência Brasileira de Inteligência, entre outros órgãos.
Para esta quarta-feira, 26, uma
nova reunião foi convocada com secretários-executivos e representantes de todos
os ministérios para se ter ideia da possibilidade do tamanho da mobilização e
para que se avalie os focos de paralisação que existam ligados a cada área,
ligados àquela pasta.
Um grupo de monitoramento será
criado e relatórios serão preparados para serem apresentados ao presidente
Michel Temer. O presidente quer saber qual o tamanho do problema que poderá ter
de enfrentar com esta paralisação prevista para sexta e manifestações no dia do
trabalhador. A Secretaria de Segurança Pública do DF também montou um centro de
acompanhamento. Já há decisão de governo que a esplanada dos Ministérios será
fechada na sexta-feira para evitar qualquer tipo de depredação nos prédios
públicos.
As redes sociais estão sendo
monitoradas mas as adesões anunciadas não refletem uma realidade que poderá
acontecer nos dias de protesto. Somente no dia anterior e nas horas que
antecedem os movimentos poderão dar um norte do que estará por vir e qual será
a verdadeira mobilização nas ruas.
Uma preocupação do governo é com
a força da mobilização de sexta-feira. O Planalto quer esperar para ver qual o
tamanho da paralisação de sexta e do protesto de segunda, para ver se mantém a
votação da reforma da Previdência na segunda semana de maio. O objetivo é
evitar contaminação desta mobilização.
Por Tânia
Monteiro e Carla Araújo
Estadão
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