quinta-feira, 27 de abril de 2017

Além do 1º de abril: mentira em excesso pode ser sinal de doença

Psicóloga explica que o problema se assemelha a um sintoma de outras patologias psicossociais como Depressão e Esquizofrenia


Contar uma mentirinha de vez em quando, sem ofender ou denegrir a imagem de uma pessoa, é natural e faz parte do cotidiano de muita gente. O problema é quando essa mentira persiste ao longo do ano, fazendo com que as pessoas tenham o comportamento compulsivo de não falar ‘verdades’, em diversas situações. O nome dado a essa doença é Mitomania ou Pseudolalia, considerada um desequilíbrio mental e/ou psicológico. Para a psicóloga Charbel Libório, “a brincadeira se torna algo sério se a força de vontade do sujeito for insuficiente para impedi-lo de cometer a ação”.

Ainda de acordo com a especialista, a mentira sai do âmbito da normalidade quando começa a ser inserida, de forma frequente, em diversas esferas da vida de uma pessoa, como no trabalho, na família, entre amigos, em relacionamentos amorosos, dentre outras. “A pessoa que brinca de forma esporádica utiliza a mentira como ferramenta para chegar a um determinado objetivo, seja para conquistar um paquera ou omitir informações, como esconder o motivo de ter atrasado para chegar em casa, por exemplo. Já o mitômano acredita nas próprias mentiras e as utiliza como uma espécie de consolo contra uma realidade negativa que está vivenciando”, explica Charbel.

Existem várias hipóteses para as causas da mitomania, sendo que o problema pode se assemelhar mais a um sintoma de outras patologias psicossociais como Depressão, Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e Esquizofrenia. “São pessoas que, geralmente, possuem uma baixa autoestima e tentam camuflar a realidade com mentiras fantasiosas, como forma de fuga. Isso pode ser percebido, principalmente na internet, nas redes sociais. Frases alegres, fotos de família feliz e de ostentação muitas vezes são expostas, mas não fazem parte do cotidiano dessas pessoas”, detalha a psicóloga.


A solidão é uma das consequências mais duras para um mitômano, tendo em vista que as “vítimas” dessas inverdades tendem a se afastar. Por estar sozinho e se sentir desamparado, podem ficar deprimidos e, em casos mais graves, surgir a ideia de suicídio. O tratamento do mentiroso compulsivo necessita de acompanhamento psiquiátrico e psicológico. Esses profissionais vão trabalhar a questão de aceitação, da autoestima e no tratamento da patologia que pode ter desencadeado as mentiras.

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