Psicóloga explica que
o problema se assemelha a um sintoma de outras patologias psicossociais como
Depressão e Esquizofrenia
Contar uma mentirinha de vez em
quando, sem ofender ou denegrir a imagem de uma pessoa, é natural e faz parte
do cotidiano de muita gente. O problema é quando essa mentira persiste ao longo
do ano, fazendo com que as pessoas tenham o comportamento compulsivo de não
falar ‘verdades’, em diversas situações. O nome dado a essa doença é Mitomania
ou Pseudolalia, considerada um desequilíbrio mental e/ou psicológico. Para a
psicóloga Charbel Libório, “a brincadeira se torna algo sério se a força de
vontade do sujeito for insuficiente para impedi-lo de cometer a ação”.
Ainda de acordo com a
especialista, a mentira sai do âmbito da normalidade quando começa a ser
inserida, de forma frequente, em diversas esferas da vida de uma pessoa, como
no trabalho, na família, entre amigos, em relacionamentos amorosos, dentre
outras. “A pessoa que brinca de forma esporádica utiliza a mentira como
ferramenta para chegar a um determinado objetivo, seja para conquistar um
paquera ou omitir informações, como esconder o motivo de ter atrasado para
chegar em casa, por exemplo. Já o mitômano acredita nas próprias mentiras e as
utiliza como uma espécie de consolo contra uma realidade negativa que está
vivenciando”, explica Charbel.
Existem várias hipóteses para as
causas da mitomania, sendo que o problema pode se assemelhar mais a um sintoma
de outras patologias psicossociais como Depressão, Transtorno Obsessivo
Compulsivo (TOC) e Esquizofrenia. “São pessoas que, geralmente, possuem uma
baixa autoestima e tentam camuflar a realidade com mentiras fantasiosas, como
forma de fuga. Isso pode ser percebido, principalmente na internet, nas redes
sociais. Frases alegres, fotos de família feliz e de ostentação muitas vezes
são expostas, mas não fazem parte do cotidiano dessas pessoas”, detalha a
psicóloga.
A solidão é uma das consequências
mais duras para um mitômano, tendo em vista que as “vítimas” dessas inverdades
tendem a se afastar. Por estar sozinho e se sentir desamparado, podem ficar
deprimidos e, em casos mais graves, surgir a ideia de suicídio. O tratamento do
mentiroso compulsivo necessita de acompanhamento psiquiátrico e psicológico.
Esses profissionais vão trabalhar a questão de aceitação, da autoestima e no
tratamento da patologia que pode ter desencadeado as mentiras.
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