terça-feira, 11 de abril de 2017

Pentágono descarta dúvidas sobre responsabilidade de Assad em ataque químico na Síria

Homem leva uma criança morta em suposto ataque com gás tóxico em Khan Sheikhoun, zona comandada por rebeldes em Idlib, na Síria (Foto: Ammar Abdullah/Reuters)

ecretário americano da Defesa, James Mattis, afirmou nesta terça-feira (11) que "não há dúvidas" de que o regime do presidente sírio, Bashar al Assad, é o responsável pela decisão e realização de um ataque com arma química na semana passada na Síria.

"Em 4 de abril, o regime sírio atacou seu próprio povo usando armas químicas. Revisei pessoalmente a informação de Inteligência e não há dúvidas de que o regime sírio é responsável pela decisão de atacar e pelo ataque em si", disse o chefe do Pentágono durante coletiva de imprensa.

"Em resposta ao ataque", autoridades de segurança nacional dos Estados Unidos apresentaram "opções diplomáticas e militares" ao presidente Donald Trump, explicou Mattis, acrescentando também ter havido conversas com aliados de Washington.
"O Conselho de Segurança Nacional considerou a proibição internacional ao uso de armas químicas, as repetidas violações do regime sírio à lei internacional e os assassinatos inexplicavelmente brutais que o regime cometeu", afirmou.

"Nós decidimos que uma resposta militar estudada seria a melhor para evitar que o regime fizesse isto de novo", acrescentou.

A represália americana, lançando 59 mísseis de cruzeiro contra uma base aérea síria, deixou claro que Washington "não permanecerá passivo enquanto Assad ignora a legislação internacional e usa armas químicas que havia declarado destruídas", disse.

Política 'não mudou'

O chefe do Pentágono apontou que, apesar do ataque contra as forças de Assad, a política dos Estados Unidos para a Síria "não mudou", e que sua prioridade "continua sendo a derrota do (grupo extremista) Estado Islâmico".

"O ISIS representa um perigo claro e presente, uma ameaça imediata à Europa e finalmente aos Estados Unidos", afirmou, usando o acrônimo em inglês para o grupo extremista.

Em relação às tensões que surgiram com a Rússia em consequência do ataque militar à Síria, Mattis disse que o governo americano não permitirá que a situação fique "fora de controle".

"Mantemos comunicações com os militares russos e temos canais diplomáticos. Não se tornará uma espiral fora de controle", disse Mattis, acrescentando que um quadro de descontrole "também não é do interesse" da Rússia.

As declarações de Mattis se seguiram após a chegada, nesta terça-feira, do secretário de Estado americano, Rex Tillerson, à Rússia, onde ele deverá confrontar o governo russo sobre seu apoio a Assad.

Investigação sobre a Rússia

Um alto funcionário americano, que falou sob a condição do anonimato, disse que Washington estava investigando se a Rússia agiu como cúmplice no ataque químico.

"Como é possível que suas forças estivessem aquarteladas junto com as forças sírias que planejaram, prepararam e realizaram este ataque com armas químicas na mesma instalação, e não tiveram conhecimento prévio?", questionou o funcionário.

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