Homem leva uma criança morta em suposto ataque com gás tóxico em Khan Sheikhoun, zona comandada por rebeldes em Idlib, na Síria (Foto: Ammar Abdullah/Reuters)
O ecretário americano da Defesa,
James Mattis, afirmou nesta terça-feira (11) que "não há dúvidas" de
que o regime do presidente sírio, Bashar al Assad, é o responsável pela decisão
e realização de um ataque com arma química na semana passada na Síria.
"Em 4 de abril, o regime
sírio atacou seu próprio povo usando armas químicas. Revisei pessoalmente a
informação de Inteligência e não há dúvidas de que o regime sírio é responsável
pela decisão de atacar e pelo ataque em si", disse o chefe do Pentágono durante
coletiva de imprensa.
"Em resposta ao
ataque", autoridades de segurança nacional dos Estados Unidos apresentaram
"opções diplomáticas e militares" ao presidente Donald Trump,
explicou Mattis, acrescentando também ter havido conversas com aliados de
Washington.
"O Conselho de Segurança
Nacional considerou a proibição internacional ao uso de armas químicas, as
repetidas violações do regime sírio à lei internacional e os assassinatos
inexplicavelmente brutais que o regime cometeu", afirmou.
"Nós decidimos que uma
resposta militar estudada seria a melhor para evitar que o regime fizesse isto
de novo", acrescentou.
A represália americana, lançando
59 mísseis de cruzeiro contra uma base aérea síria, deixou claro que Washington
"não permanecerá passivo enquanto Assad ignora a legislação internacional
e usa armas químicas que havia declarado destruídas", disse.
Política 'não mudou'
O chefe do Pentágono apontou que,
apesar do ataque contra as forças de Assad, a política dos Estados Unidos para
a Síria "não mudou", e que sua prioridade "continua sendo a
derrota do (grupo extremista) Estado Islâmico".
"O ISIS representa um perigo
claro e presente, uma ameaça imediata à Europa e finalmente aos Estados
Unidos", afirmou, usando o acrônimo em inglês para o grupo extremista.
Em relação às tensões que
surgiram com a Rússia em consequência do ataque militar à Síria, Mattis disse
que o governo americano não permitirá que a situação fique "fora de controle".
"Mantemos comunicações com
os militares russos e temos canais diplomáticos. Não se tornará uma espiral
fora de controle", disse Mattis, acrescentando que um quadro de
descontrole "também não é do interesse" da Rússia.
As declarações de Mattis se
seguiram após a chegada, nesta terça-feira, do secretário de Estado americano,
Rex Tillerson, à Rússia, onde ele deverá confrontar o governo russo sobre seu
apoio a Assad.
Investigação sobre a Rússia
Um alto funcionário americano,
que falou sob a condição do anonimato, disse que Washington estava investigando
se a Rússia agiu como cúmplice no ataque químico.
"Como é possível que suas
forças estivessem aquarteladas junto com as forças sírias que planejaram,
prepararam e realizaram este ataque com armas químicas na mesma instalação, e
não tiveram conhecimento prévio?", questionou o funcionário.
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