sexta-feira, 28 de abril de 2017

Organização internacional recebeu 45 denúncias de uso de armas químicas na Síria




Especialistas da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) estão estudando denúncias que provariam que esse tipo de armamento foi usado cerca de 45 vezes na Síria desde o ano passado, informou o chefe da organização.

A lista de acusações é enorme, declarou o diretor-geral Ahmet Uzumcu. "Na segunda metade de 2016, [houve] 30 incidentes diferentes e, desde o início do ano, outros 15, ou seja, 45 até a presente data", afirmou Uzumcu aos jornalistas, ao apresentar o relatório confidencial.

Entre os supostos ataques está o que ocorreu na cidade rebelde de Khan Sheikhun em 4 de abril, onde morreram 88 pessoas, incluindo 31 crianças.

"Todos estes relatos foram recolhidos por nossos especialistas, que seguem os casos em nosso centro de operações" indicou Uzumcu.

A Opaq está preparando uma missão de especialistas para poder mandá-la ao local dos fatos quando for possível garantir sua segurança.

Uzumcu diz que as provas recolhidas junto a sobreviventes do ataque são indiscutíveis e demonstram que as vítimas sofreram os efeitos do gás sarin ou similar.

"O governo de Bashar al-Assad já declarou que apoiará a missão, e de fato já nos convidou a ir a Damasco", afirmou. "O problema é que a área está controlada por diferentes grupos armados da oposição, dessa forma temos que alcançar vários acordos com eles para nos assegurarmos de que haja um cessar-fogo temporário", disse ainda.

O funcionário admitiu, no entanto, que a missão ainda não tem mandato para visitar a base aérea de Shayrat, na província síria de Homs, alvo de um violento ataque com mísseis por parte dos Estados Unidos depois do bombardeio contra Khan Sheikhun.

Vários países acusaram a Síria de armazenar armas químicas nessa base e a Rússia, maior aliado de Damasco, desafiou a comunidade internacional a investigar essas alegações.

Uzumcu também confirmou que a Opaq acredita que o grupo Estado Islâmico (EI) usou gás mostarda perto da segunda maior cidade iraquiana, Mossul, na semana passada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O Catiripapu agradece a sua participação.