segunda-feira, 24 de abril de 2017

Macron derrotaria Le Pen por 61% dos votos, diz pesquisa sobre segundo turno na França



Pesquisas de intenção de voto divulgadas nesta segunda-feira (24) mostram que o candidato centrista Emmanuel Macron derrotaria a candidata de extrema-direita Marine Le Pen no segundo turno da eleição presidencial francesa.

Uma delas, feita nesta segunda pela Opinionway, mostra Macron com 61%, contra 38% de Le Pen. Outro levantamento, realizado entre a noite do domingo e a manhã de segunda pela Ifop-Fiducial, projeta um resultado de 60% a 40%.

Macron e Le Pen venceram o primeiro turno, realizado no domingo (23). Ele obteve 24,01% dos votos e ela, 21,30%. François Fillon, dos republicanos, foi o terceiro colocado, com 20,01%, e o socialista Jean-Luc Mélenchon ficou com 19,58%.

Outras pesquisas realizadas no domingo à noite já apontavam Macron como favorito no segundo turno. Em uma delas, ele aparecia com 62% dos votos, contra 38% para Le Pen. Na outra, com 64% contra 36%.

Pela primeira vez em quase 60 anos, os dois grandes partidos tradicionais da esquerda e da direita que dominam a política francesa, o Socialista e o Republicano, ficaram de fora do segundo turno.

"Em um ano mudamos a face da política francesa", declarou Macron aos simpatizantes, que comemoraram o resultado nas ruas de Paris.

Le Pen também celebrou um "momento histórico", com um recorde de 7,6 milhões de votos.

"Superamos a primeira etapa", disse a candidata da extrema-direita, que repete 15 anos depois a façanha do pai.

O presidente da França, François Hollande, declarou voto em Emmanuel Macron. Hollande pediu que todos os eleitores apoiem Macron, afirmando que a extrema-direita, representada por Marine Le Pen, é um "risco" para o país. O presidente disse que o papel da França no mundo está "em jogo" no segundo turno da eleição.

Expectativa

O segundo turno, que será realizado no próximo dia 7 de maio, permanece cercado de expectativa.

Isso porque o resultado pode levar ao enfraquecimento ou até mesmo ao fim da União Europeia e da zona do euro. Macron defende a permanência da França no bloco. Já Le Pen apoia o chamado Frexit -- a saída do país do mercado comum.

O tema teve destaque na campanha em meio à discussão sobre o Brexit, a saída do Reino Unido da UE. A crise migratória no continente também levanta debates sobre a proteção das fronteiras. A França, juntamente com a Alemanha, é um dos países fundadores da UE e chamada de "locomotiva" da construção do bloco.

Nesta segunda-feira, Le Pen lançou um ataque direto contra Macron, chamando o concorrente de "fraco" ante o terrorismo islâmico. "Eu estou nas ruas para encontrar o povo francês para chamar sua atenção para assuntos importantes, incluindo o terrorismo islâmico, para o qual no mínimo podemos dizer que o sr. Macron é fraco", disse a repórteres.

"O sr. Macron não tem projeto para proteger o povo francês em face aos perigos islâmicos", disse Le Pen, acrescentando que o segundo turno contra Macron, em 7 de maio, será um referendo sobre a "globalização descontrolada".

Campanha tumultuada

A campanha presidencial foi tumultuada desde o início, quando as primárias partidárias tiveram resultados inesperados, afastando os principais favoritos à presidência – o conservador ex-presidente Nicolas Sarkozy e ex-primeiro-ministro Alain Juppé (do Republicanos) e Manuel Valls (Partido Socialista).

A ascensão do movimento “En Marche!”, de Macron, e escândalos de corrupção envolvendo Marine Le Pen e François Fillon também contribuíram para tumultuar a campanha.

Reação do mercado

A Bolsa de Paris disparou nos primeiros minutos desta segunda, com alta de 4,1%, informa a France Presse. As demais praças europeias também operavam com resultado positivo, em uma demonstração de apoio dos mercados a um candidato que é um fervoroso europeísta. As Bolsas asiáticas também fecharam em alta e a cotação do euro registrava uma valorização.

"É o cenário perfeito com o qual os mercados sonhavam, depois do Brexit e da vitória do protecionista Donald Trump nos Estados Unidos em 2016", afirmou Sebastien Galy, analista do Deutsche Bank AG em Nova York.

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