Coreia do Norte reforçará suas "medidas nucleares de
autodefesa" após o envio do porta-aviões americano Carl Vinson para perto
de seu território, informaram nesta segunda-feira (24) os meios de comunicação
estatais, que também tacharam tal manobra de "blefe".
Em um artigo de opinião publicado pelo jornal estatal
"Rodong", Pyongyang afirma que "seria um erro fatal por parte
dos EUA pensar que pode amedrontar com o porta-aviões nuclear a DPRK"
(siglas em inglês de República Popular Democrática de Coreia, nome oficial da
Coreia do Norte).
O texto adverte que se "as provocações do inimigo"
continuarem, as forças norte-coreanas "responderão com golpes
mortais" e resistirão a "qualquer tentativa de guerra total com um
ataque nuclear sem piedade".
O artigo também ameaça "aniquilar os invasores" e
anuncia que o exército e o povo norte-coreanos "reforçarão suas medidas de
dissuasão nuclear para a autodefesa de todas as formas possíveis".
Porta-aviões
A Coreia do Norte voltou a reagir deste modo ao envio à
região do porta-aviões nuclear USS Carl Vinson em resposta aos contínuos testes
balísticos norte-coreanos.
A embarcação e sua frota de ataque se encontram atualmente
realizando exercícios conjuntos estratégicos com tropas japonesas no Pacífico e
planejam se aproximar da península da Coreia no final desta semana.
Washington anunciou há duas semanas que tinha enviado o
porta-aviões em resposta a um teste de mísseis norte-coreano no início de abril,
embora a frota tivesse participado primeiro de exercícios com a Austrália sem
que a Casa Branca confirmasse até a última quinta-feira.
Em meio à grande tensão na região, na próxima terça-feira
será comemorado o 85º aniversário do Exército Popular da Coreia, uma data
importante para o regime de Kim Jong-un e que, segundo alguns analistas, pode
ser a ocasião para um novo teste balístico de Pyongyang.
As últimas imagens registradas via satélite do centro de
testes nucleares de Punggye-ri (nordeste) mostravam supostos preparativos para
uma nova operação deste tipo.
China pede cautela
Em um telefonema a Donald Trump nesta segunda-feira, o
presidente da China, Xi Jinping, pediu que todos os lados demonstrem cautela. A
China é a única aliada da Coreia do Norte, mas tem expressado revolta com seus
programas nuclear e de mísseis e frustração com a beligerância do regime.
Pequim, que vem pedindo a desnuclearização da península
coreana, está cada vez mais receosa de que a situação saia de controle, levando
a uma guerra e ao colapso total de seu vizinho isolado e empobrecido.
Na conversa, Xi disse a Trump que seu país se opõe
resolutamente a qualquer ação que contrarie as resoluções do Conselho de
Segurança da ONU, segundo o Ministério das Relações Exteriores chinês.
A China "espera que todos os lados relevantes
demonstrem cautela e evitem fazer qualquer coisa que piore a situação tensa na
península", disse a chancelaria em um comunicando, parafraseando Xi.
A questão nuclear só pode ser resolvida rapidamente com
todos os países relevantes seguindo na mesma direção, e a China está disposta a
trabalhar com todas as partes, inclusive os EUA, para garantir a paz, disse Xi.
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