O executivo André Vidal afirmou em depoimento ao Ministério Público que a
construtora Odebrecht repassou em 2012 R$ 2,2 milhões para a campanha de ACM
Neto (DEM) à Prefeitura de Salvador (BA). Segundo Vidal, R$ 400 mil foram
doados "via bônus eleitoral" e o outro R$ 1,8 milhão, via caixa 2.
Através de nota divulgada nesta quinta-feira (13), ACM Neto
afirmou que esteve com o senhor André Vital, diretor do Grupo Odebrecht na
Bahia, que o informou que a empresa estaria disposta a colaborar com a campanha
de Neto a prefeito de Salvador em 2012. "Indiquei um colaborador da nossa
campanha para tratar do assunto. Eles se encontraram e ficou acertado que a
Odebrecht faria doação para a nossa campanha através do nosso partido, o
Democratas. Fato que aconteceu dentro da lei, com tudo registrado na Justiça
Eleitoral. Portanto, não houve doação de caixa 2 para a nossa campanha. Estou
tranquilo e pronto para prestar todos os esclarecimentos que forem necessários
neste caso", disse ACM Neto.
O depoimento do delator
No depoimento, André Vidal disse ter se reunido com ACM Neto
no primeiro trimestre de 2012, em Salvador. De acordo com o delator, nesse
encontro, o político informou que seria candidato a prefeito da capital baiana
e que "contava com apoio" da Odebrecht.
"Eu comuniquei ao candidato que nós estávamos na fase
de planejamento de campanha e, assim que tivesse com o valor aprovado, voltaria
com a informação para ele", relatou Vidal aos investigadores.
O delator afirmou ainda que, na mesma reunião, ACM Neto
apresentou a ele Lucas Cardoso, que seria o "responsável pelo recebimento
dos pagamentos da campanha" de 2012.
"Quando da aprovação da empresa [...] do valor a ser
doado à campanha do candidato Antônio Carlos Magalhães Neto, e a forma de
pagamento, eu me reuni com Lucas Cardoso no escritório da companhia [Odebrecht]
em Salvador. Comuniquei a Lucas que o valor aprovado da doação pela companhia
para doação ia ser de R$ 2,2 milhões, e que parte desses valores seria paga via
caixa 2", afirmou André Vidal na delação premiada.
"Eu me recordo que R$ 400 mil foram doados via bônus
eleitoral pela Construtora Norberto Odebrecht e o saldo, R$ 1,8 milhão, foi
operacionalizado pela equipe de Humberto Silva, via caixa 2. Os valores foram
entregues por mim a Lucas Cardoso no escritório da companhia em Salvador",
acrescentou o ex-dirigente da Odebrecht no depoimento.
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