quinta-feira, 13 de abril de 2017

Campanha de ACM Neto em 2012 recebeu R$ 2,2 milhões da Odebrecht, diz delator


O executivo André Vidal afirmou em depoimento ao Ministério Público que a construtora Odebrecht repassou em 2012 R$ 2,2 milhões para a campanha de ACM Neto (DEM) à Prefeitura de Salvador (BA). Segundo Vidal, R$ 400 mil foram doados "via bônus eleitoral" e o outro R$ 1,8 milhão, via caixa 2.

Através de nota divulgada nesta quinta-feira (13), ACM Neto afirmou que esteve com o senhor André Vital, diretor do Grupo Odebrecht na Bahia, que o informou que a empresa estaria disposta a colaborar com a campanha de Neto a prefeito de Salvador em 2012. "Indiquei um colaborador da nossa campanha para tratar do assunto. Eles se encontraram e ficou acertado que a Odebrecht faria doação para a nossa campanha através do nosso partido, o Democratas. Fato que aconteceu dentro da lei, com tudo registrado na Justiça Eleitoral. Portanto, não houve doação de caixa 2 para a nossa campanha. Estou tranquilo e pronto para prestar todos os esclarecimentos que forem necessários neste caso", disse ACM Neto.

O depoimento do delator

No depoimento, André Vidal disse ter se reunido com ACM Neto no primeiro trimestre de 2012, em Salvador. De acordo com o delator, nesse encontro, o político informou que seria candidato a prefeito da capital baiana e que "contava com apoio" da Odebrecht.

"Eu comuniquei ao candidato que nós estávamos na fase de planejamento de campanha e, assim que tivesse com o valor aprovado, voltaria com a informação para ele", relatou Vidal aos investigadores.

O delator afirmou ainda que, na mesma reunião, ACM Neto apresentou a ele Lucas Cardoso, que seria o "responsável pelo recebimento dos pagamentos da campanha" de 2012.

"Quando da aprovação da empresa [...] do valor a ser doado à campanha do candidato Antônio Carlos Magalhães Neto, e a forma de pagamento, eu me reuni com Lucas Cardoso no escritório da companhia [Odebrecht] em Salvador. Comuniquei a Lucas que o valor aprovado da doação pela companhia para doação ia ser de R$ 2,2 milhões, e que parte desses valores seria paga via caixa 2", afirmou André Vidal na delação premiada.


"Eu me recordo que R$ 400 mil foram doados via bônus eleitoral pela Construtora Norberto Odebrecht e o saldo, R$ 1,8 milhão, foi operacionalizado pela equipe de Humberto Silva, via caixa 2. Os valores foram entregues por mim a Lucas Cardoso no escritório da companhia em Salvador", acrescentou o ex-dirigente da Odebrecht no depoimento.

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