O Ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira
Lima (PMDB-BA), é suspeito de ter recebido R$ 210 mil de propina em 2010,
quando era ministro da Integração Nacional, no governo do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
Procurado pelo G1 na manhã
desta quinta-feira (13), Geddel afirmou por telefone que não tem "nada a
comentar" sobre as acusações.
A denúncia é feita com base em depoimento de
delatores da Odebrecht Ariel Parente, João Antônio Pacífico Ferreira, Cláudio
Melo Filho e Paulo Falcão Corrêa Lima Filho. Os colaboradores relatam acordo de
mercado entre empreiteiras para a obra "Tabuleiros Litorâneos da
Parnaíba", nos municípios de Parnaíba e Buriti, no estado do Piauí.
Na mesma denúncia, o ex-ministro e ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN)
é citado por supostamente ter recebido de R$ 112 mil em 2010.
O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava
Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou a denúncia, no dia 4 de
abril, para a Justiça Federal do Piauí, já que Geddel não tem foro
privilegiado, para ser investigado pela Corte. O procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, também enviou os autos para a Procuradoria da República no
Piauí.
Em outra petição, Fachin encaminha para a Justiça
Federal da Bahia a denúncia dos delatores Cláudio Melo Filho, Marcelo Odebrecht
e João Antônio Pacífico Ferreira, de que Geddel recebeu vantagens não
contabilizadas para campanha nos anos de 2006 e 2014. A propina seria paga em
contrapartida para aprovação da Medida Provisória nº 252/2005. Geddel ainda
teria recebido ainda propina em relação a contratos do "Transporte Moderno
de Salvador II (TMS II)".
Histórico
Geddel foi ministro da Integração Nacional do
governo Lula, entre 2007 e 2010, depois de ter sido crítico ferrenho do
primeiro mandato do petista e defensor do governo Fernando Henrique Cardoso
(PSDB). No ministério, encampou a transposição do Rio São Francisco, que
prometeu efetivar em seu mandato.
Atuou como vice-presidente de Pessoa Jurídica na
Caixa entre 2011 e 2013, cargo do qual chegou a pedir exoneração pelo Twitter à
presidente Dilma, pela possibilidade de concorrer nas eleições seguintes. Quem
o convidou para o cargo foi Temer. Foi derrotado por Otto Alencar (PSD) na
eleição ao Senado.
Formado em administração de empresas pela
Universidade de Brasília, é natural de Salvador, onde foi assessor da Casa
Civil da Prefeitura entre 1988 e 1989. Foi diretor da Empresa Baiana de Águas e
Saneamento (Embasa) em 1989 e presidente na Bahia da Empresa de Assistência
Técnica e Extensão Rural (Emater) em 1990.
Em 1990, filiou-se ao PMDB, partido pelo qual foi
eleito cinco vezes deputado federal. No Congresso, foi líder de bancada,
presidente da Comissão de Finanças e Tributação e primeiro secretário da Mesa
Diretora.
Presidente do PMDB na Bahia, foi um dos que se
manifestaram pelo rompimento do partido com o governo Dilma, afirmando em
entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo", em março deste ano, que o
modelo da administração petista “se exauriu”.
Fonte G1
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