quinta-feira, 13 de abril de 2017

Delações da Odebrecht: Geddel Vieira Lima é suspeito de receber R$ 210 mil em propina


O Ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), é suspeito de ter recebido R$ 210 mil de propina em 2010, quando era ministro da Integração Nacional, no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Procurado pelo G1 na manhã desta quinta-feira (13), Geddel afirmou por telefone que não tem "nada a comentar" sobre as acusações.

A denúncia é feita com base em depoimento de delatores da Odebrecht Ariel Parente, João Antônio Pacífico Ferreira, Cláudio Melo Filho e Paulo Falcão Corrêa Lima Filho. Os colaboradores relatam acordo de mercado entre empreiteiras para a obra "Tabuleiros Litorâneos da Parnaíba", nos municípios de Parnaíba e Buriti, no estado do Piauí.

Na mesma denúncia, o ex-ministro e ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) é citado por supostamente ter recebido de R$ 112 mil em 2010.

O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou a denúncia, no dia 4 de abril, para a Justiça Federal do Piauí, já que Geddel não tem foro privilegiado, para ser investigado pela Corte. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, também enviou os autos para a Procuradoria da República no Piauí.

Em outra petição, Fachin encaminha para a Justiça Federal da Bahia a denúncia dos delatores Cláudio Melo Filho, Marcelo Odebrecht e João Antônio Pacífico Ferreira, de que Geddel recebeu vantagens não contabilizadas para campanha nos anos de 2006 e 2014. A propina seria paga em contrapartida para aprovação da Medida Provisória nº 252/2005. Geddel ainda teria recebido ainda propina em relação a contratos do "Transporte Moderno de Salvador II (TMS II)".

Histórico

Geddel foi ministro da Integração Nacional do governo Lula, entre 2007 e 2010, depois de ter sido crítico ferrenho do primeiro mandato do petista e defensor do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). No ministério, encampou a transposição do Rio São Francisco, que prometeu efetivar em seu mandato.

Atuou como vice-presidente de Pessoa Jurídica na Caixa entre 2011 e 2013, cargo do qual chegou a pedir exoneração pelo Twitter à presidente Dilma, pela possibilidade de concorrer nas eleições seguintes. Quem o convidou para o cargo foi Temer. Foi derrotado por Otto Alencar (PSD) na eleição ao Senado.

Formado em administração de empresas pela Universidade de Brasília, é natural de Salvador, onde foi assessor da Casa Civil da Prefeitura entre 1988 e 1989. Foi diretor da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) em 1989 e presidente na Bahia da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) em 1990.

Em 1990, filiou-se ao PMDB, partido pelo qual foi eleito cinco vezes deputado federal. No Congresso, foi líder de bancada, presidente da Comissão de Finanças e Tributação e primeiro secretário da Mesa Diretora.


Presidente do PMDB na Bahia, foi um dos que se manifestaram pelo rompimento do partido com o governo Dilma, afirmando em entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo", em março deste ano, que o modelo da administração petista “se exauriu”.

Fonte G1

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