O secretário-geral da ONU, Antonio
Guterres, disse estar confiante de que, apesar da saída dos Estados Unidos do
Acordo de Paris, sociedade civil e empresas americanas permanecerão
comprometidas com o meio ambiente.
"Estou profundamente
convencido que os estados, as cidades, a comunidade de negócios e a sociedade
civil (dos Estados Unidos) permanecerão engajados, apostarão na economia verde
porque a economia verde é a economia boa, é a economia do futuro", afirmou
Guterres à imprensa durante o Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo,
na Rússia, nesta sexta-feira (2).
"Isso não é apenas a coisa
certa a se fazer, mas é a coisa inteligente de se fazer, e os que apostarão na
implementação do Acordo de Paris e na economia verde serão aqueles que terão um
papel na economia do século 21", acrescentou Guterres.
Ele afirmou, ainda, que a mudança
climática é uma das maiores ameaças ao mundo presente e ao futuro do
planeta."Não dá para parar a ação contra a mudança climática e eu peço a
todos os governos ao redor do mundo para permanecerem no trilho e continuarem
comprometidos com a implementação do Acordo de Paris para beneficiar a todos
nós", completou.
Empresas criticaram saída do
acordo
Representantes de várias grandes
empresas tecnológicas e indústrias americanas expressaram sua frustração com a
decisão do presidente Donald Trump de sair do acordo de Paris.
"Decepcionado com a decisão
de hoje sobre o acordo de Paris", escreveu o CEO da General Electric, Jeff
Immelt. "A indústria deve agora liderar e não depender do governo",
acrescentou.
A associação Information
Technology Industry Council, que representa empresas do setor tecnológico,
expressou sua "decepção" com a medida e assegurou que é "um
passo atrás na liderança dos Estados Unidos no mundo", disse seu
presidente, Dean Garfield.
"Apesar disso, mantém-se
intacta a determinação da indústria da tecnologia de inovar e resolver a ameaça
que representa a mudança climática e gerar oportunidades que criem empregos e
façam crescer nossa economia", acrescentou.
As gigantes petroleiras
ExxonMobil e Chevron reiteraram seu apoio ao acordo, enquanto a fabricante de
automóveis General Motors indicou que a decisão da Casa Branca não desistirá de
buscar soluções para enfrentar as mudanças climáticas.
"A GM não vacilará em seu
compromisso com o meio ambiente e sua posição sobre as mudanças climáticas não
mudou", indicou a companhia em um comunicado. "Acordos internacionais
a parte, nos mantemos comprometidos em criar um ambiente melhor".
Melissa Ritchie, porta-voz da
Chevron, disse que sua companhia "apoia continuar com o acordo de Paris,
pois representa um primeiro passo rumo a um marco global".
"O acordo se alinha com a
própria política da companhia sobre emissões de gás carbônico", acrescentou.
Além disso, o fundador da Tesla,
Elon Musk, cumpriu a ameaça de deixar o conselho de empresários de Donald Trump
depois que o presidente anunciou a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris
sobre o clima.
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