terça-feira, 2 de maio de 2017

Governo Trump flexibiliza algumas regras da era Obama sobre merenda escolar




O governo do presidente Donald Trump aliviou nesta segunda-feira (1º) algumas regras que tinham objetivo de tornar mais saudáveis a merenda escolar nos Estados Unidos, em uma ação vista por defensores da saúde como um golpe direto contra a política defendida pela ex-primeira-dama Michelle Obama.



O secretário da Agricultura dos EUA, Sonny Perdue, em um de seus primeiros atos após confirmação no Senado na semana passada, assinou uma medida que adia a redução do nível de sódio nos alimentos, torna mais fácil a distribuição de comidas sem grãos integrais, e permite a volta de leites com gordura nos sabores de chocolate e morango.



"Certos aspectos dos padrões foram muito longe”, disse Perdue, falando em uma escola primária na Virgínia.



A mudança acontece à medida que Donald Trump, um dos presidentes recentes mais amistosos ao fast food, promete cortar regulações.



O ato Healthy, Hunger-Free Kids, de 2010, foi defendido por Michelle Obama e se tornou um grito de guerra para seus críticos após estabelecer limites máximos de calorias em refeições escolares, cortar sódio e gordura trans, que entope artérias, e exigir maior número de frutas, vegetais e grãos integrais.



O programa de refeições escolares nos Estados Unidos, financiado pelo governo federal, teve início com o presidente Harry Truman na década de 1940 e é supervisionado pelo Departamento de Agricultura. O programa alimenta mais de 30 milhões de crianças, a maioria de famílias de baixa renda.



Proponentes das refeições saudáveis expressaram preocupação maior com o relaxamento dos esforços para reduzir o excesso de sódio, que é ligado a pressão alta, ataque cardíaco e acidente vascular cerebral.



“Isto irá gerar níveis muito altos de sódio em lanches escolares”, disse Margo Wootan, diretora de política de nutrição do Centro para Ciência no Interesse Público.



O limite de sódio para uma refeição no colegial agora é de cerca de 1.400 miligramas, ou três quartos da quantidade máxima diária recomendada, disse Wootan.



A proclamação de Perdue adia planos de reduzir para 1.080 miligramas neste ano escolar. O alvo máximo era cerca de 740 miligramas no ano escolar de 2022, disse Wootan.



A Associação de Nutrição Escolar, que representa a indústria que vende comida para as escolas e funcionários de cafeterias escolares, fez lobby para enfraquecer as regras, em especial em relação ao sódio.



Muitas companhias alimentícias grandes são fornecedoras do programa de refeições escolares dos EUA, incluindo a Tyson Food, Cargill Inc e General Mills. A Domino’s Pizza Inc entrega em escolas como parte de seu programa “Smart Slice”.

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