O governo do presidente Donald
Trump aliviou nesta segunda-feira (1º) algumas regras que tinham objetivo de
tornar mais saudáveis a merenda escolar nos Estados Unidos, em uma ação vista
por defensores da saúde como um golpe direto contra a política defendida pela
ex-primeira-dama Michelle Obama.
O secretário da Agricultura dos
EUA, Sonny Perdue, em um de seus primeiros atos após confirmação no Senado na
semana passada, assinou uma medida que adia a redução do nível de sódio nos
alimentos, torna mais fácil a distribuição de comidas sem grãos integrais, e
permite a volta de leites com gordura nos sabores de chocolate e morango.
"Certos aspectos dos padrões
foram muito longe”, disse Perdue, falando em uma escola primária na Virgínia.
A mudança acontece à medida que
Donald Trump, um dos presidentes recentes mais amistosos ao fast food, promete
cortar regulações.
O ato Healthy, Hunger-Free Kids,
de 2010, foi defendido por Michelle Obama e se tornou um grito de guerra para
seus críticos após estabelecer limites máximos de calorias em refeições
escolares, cortar sódio e gordura trans, que entope artérias, e exigir maior
número de frutas, vegetais e grãos integrais.
O programa de refeições escolares
nos Estados Unidos, financiado pelo governo federal, teve início com o
presidente Harry Truman na década de 1940 e é supervisionado pelo Departamento
de Agricultura. O programa alimenta mais de 30 milhões de crianças, a maioria
de famílias de baixa renda.
Proponentes das refeições
saudáveis expressaram preocupação maior com o relaxamento dos esforços para
reduzir o excesso de sódio, que é ligado a pressão alta, ataque cardíaco e
acidente vascular cerebral.
“Isto irá gerar níveis muito
altos de sódio em lanches escolares”, disse Margo Wootan, diretora de política
de nutrição do Centro para Ciência no Interesse Público.
O limite de sódio para uma
refeição no colegial agora é de cerca de 1.400 miligramas, ou três quartos da
quantidade máxima diária recomendada, disse Wootan.
A proclamação de Perdue adia
planos de reduzir para 1.080 miligramas neste ano escolar. O alvo máximo era
cerca de 740 miligramas no ano escolar de 2022, disse Wootan.
A Associação de Nutrição Escolar,
que representa a indústria que vende comida para as escolas e funcionários de
cafeterias escolares, fez lobby para enfraquecer as regras, em especial em
relação ao sódio.
Muitas companhias alimentícias
grandes são fornecedoras do programa de refeições escolares dos EUA, incluindo
a Tyson Food, Cargill Inc e General Mills. A Domino’s Pizza Inc entrega em
escolas como parte de seu programa “Smart Slice”.
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