quarta-feira, 17 de maio de 2017

Justiça dos EUA nomeia ex-diretor do FBI para liderar investigação sobre a Rússia




O Departamento de Justiça dos Estados Unidos nomeou nesta quarta-feira (17) um conselheiro especial para liderar a investigação sobre a suposta influência da Rússia nas eleições americanas de 2016. O nomeado é o ex-diretor do FBI Robert Mueller. Ele será "autorizado a investigar crimes federais", de acordo com o Departamento de Justiça norte-americano.

Mueller foi nomeado como chefe do FBI no governo de George W. Bush, em 2001, cargo em que permaneceu até 2013, quando James Comey, demitido na semana passada, assumiu como diretor do órgão.

A medida ocorre num momento em que há demandas crescentes por uma investigação independente a respeito de supostos esforços russos para influenciar o resultado da eleição presidencial de novembro em favor de Donald Trump e contra a democrata Hillary Clinton.

Entenda a crise entre Donald Trump e o FBI

"Minha decisão (de nomear um conselheiro especial) não é a constatação de que crimes foram cometidos ou que qualquer processo judicial é justificado", disse o vice-secretário de Justiça, Rod Rosenstein, em um comunicado.

"Eu determinei que um conselheiro especial é necessário para que o povo americano tenha plena confiança no resultado."

Após o anúncio, a Casa Branca emitiu um comunicado em que o presidente Trump afirma que a investigação vai confirmar que não houve ligação entre os russos com a sua campanha. "Como disse muitas vezes, uma investigação exaustiva vai confirmar o que já sabemos - não houve nenhum conluio entre a minha campanha e qualquer entidade estrangeira", afirma.

A escolha de Mueller para o cargo é vista como uma forma de "acalmar os ânimos" do congresso norte-americano depois que o ex-diretor do FBI, James Comey, relatou que o presidente dos EUA pediu o fim das investigações sobre a interferência da Rússia nas eleições americanas. O Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes solicitou nesta terça ao FBI todos os documentos que Comey elaborou sobre suas conversas com o presidente.

À imprensa, o senador republicano John Corny disse que o anúncio desta quarta poderia facilitar a aprovação de um novo diretor do FBI pelo Senado -- Comey foi demitido na semana passada.

Ameaça Terrorista

O presidente americano recebe o ministro russo de Relações Exteriores Sergei Lavrov e o embaixador russo Sergei Kislyak no dia 10 de maio na Casa Branca, em Washington (Foto: Russian Foreign Ministry Photo via AP) ) O presidente americano recebe o ministro russo de Relações Exteriores Sergei Lavrov e o embaixador russo Sergei Kislyak no dia 10 de maio na Casa Branca, em Washington (Foto: Russian Foreign Ministry Photo via AP) )

O presidente americano recebe o ministro russo de Relações Exteriores Sergei Lavrov e o embaixador russo Sergei Kislyak no dia 10 de maio na Casa Branca, em Washington (Foto: Russian Foreign Ministry Photo via AP) )

Nesta semana, a revelação de que Trump pode ter tentado interferir nas investigações do FBI sobre a relação entre membros do seu governo e a Rússia agitou o cenário político dos Estados Unidos nesta semana.

Jornais americanos revelaram que Trump discutiu informações sensíveis de segurança nacional com a Rússia durante encontro com o ministro de Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, e o embaixador russo em Washington, Sergey Kislyak. As informações dizem respeito a uma ameaça terrorista do grupos Estado Islâmico (EI) relacionada ao uso de laptops em voos.

No final de março, os EUA proibiram a presença de dispositivos eletrônicos - como tablets e laptops - em voos procedentes de vários países do Oriente Médio.

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