Manifestantes se reuniram em
frente ao Palácio do Planalto, em Brasília, na noite desta quarta-feira (17),
para protestar contra o presidente Michel Temer. O ato fazia referência às
denúncias, reveladas pelo jornal "O Globo" no fim da tarde, de que
Temer foi gravado dando aval para comprar o silêncio do deputado cassado e
ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Por volta das 22h20, a Polícia
Militar contabilizava mais de cem manifestantes no local. Naquele momento, uma
pessoa já tinha sido detida por tentar invadir a área privativa do Palácio do
Planalto, de acordo com a PM.
Pouco antes das 22h, o grupo que
se reunia em frente às grades de proteção do Palácio do Planalto foi
"recuado" pela Polícia Militar rumo à Praça dos Três Poderes – do
outro lado das seis faixas do Eixo Monumental. Os militares usaram spray de
pimenta no momento desse recuo. Segundo a corporação, o instrumento ajudou a
"impedir a invasão" do prédio.
Grupo protesta contra Michel
Temer em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília (Foto: Gustavo Aguiar/G1)
Militares do Exército que atuam
na segurança do Palácio do Planalto também se posicionaram nos arredores do
prédio, para conter o avanço dos manifestantes. No protesto, havia pessoas com
bandeiras do PT e do Brasil. O grupo gritava palavras de ordem contra Michel
Temer e contra o impeachment de Dilma Rousseff, e também pedia eleições diretas
para a presidência da República.
Em nota, o Palácio do Planalto
afirmou que Temer se reuniu com o empresário Joesley Batista, dono da JBS, mas
"jamais" tentou evitar a delação de Cunha. "Não participou e nem
autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração
com a Justiça pelo ex-parlamentar", diz trecho.
A denúncia
Segundo o jornal, o empresário
Joesley Batista entregou uma gravação feita em março deste ano em que Temer
indica o deputado Rodrigo Rocha Lourdes (PMDB-PR) para resolver assuntos da
J&F, uma holding que controla o frigorífico JBS. Posteriormente, Rocha
Lourdes foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil, enviados por Joesley.
Ainda não há informação sobre se
a delação foi homologada. O Supremo Tribunal Federal (STF) disse que não irá se
pronunciar nesta quarta-feira (17) sobre a delação.
Presidentes da Câmara e do Senado
encerram atividades após notícia do O Globo
Em outra gravação, também de
março, o empresário diz a Temer que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador
Lúcio Funaro uma mesada para que permanecessem calados na prisão. Diante dessa
informação, Temer diz, na gravação: "tem que manter isso, viu?"
Na delação de Joesley, o senador
Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, é gravado pedindo ao empresário R$ 2
milhões. A entrega do dinheiro foi feita a Frederico Pacheco de Medeiros, primo
de Aécio, e filmada pela Polícia Federal (PF). A PF rastreou o caminho do
dinheiro e descobriu que foi depositado numa empresa do senador Zeze Perrella
(PSDB-MG).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O Catiripapu agradece a sua participação.