A Coreia do Norte acusou nesta sexta-feira (5) a Agência
Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos de conspirar com a Coreia do
Sul para assassinar o líder do país, Kim Jong-Un, em um momento de grande
tensão na região.
A CIA e os serviços de inteligência de Seul planejaram um
"vicioso complô com substâncias bioquímicas" para assassinar o
dirigente norte-coreano durante cerimônias públicas em Pyongyang, afirma em um
comunicado o Ministério da Segurança do Estado.
Segundo o texto, para a CIA, "o assassinato por uso de
substâncias bioquímicas incluindo substância radioativa e nanossubstância
venenosa é o melhor método, que não requer acesso ao alvo". Para realizar
o ataque, a CIA e os serviços de inteligência de Seul teriam "corrompido ideologicamente
e subornado um cidadão norte-coreano de sobrenome Kim".
"Vamos desmascarar e impiedosamente destruir até o
último dos terroristas da CIA dos Estados Unidos e do [serviço de inteligência]
boneco da Coreia do Sul", continua o comunicado, acrescentando que o
enredo é equivalente a uma "declaração de guerra".
"O crime hediondo, que foi recentemente descoberto e
destruído, é uma espécie de terrorismo não só contra a Coreia do Norte, mas a
justiça e a consciência da humanidade", conclui.
Segundo o comunicado, o ataque poderia ser realizado durante
um desfile militar no mausoléu que abriga os corpos do pai do líder
norte-coreano, Kim Kong-Il, morto em 2011, e de seu avô, Kim Il-Sung, o pai
fundador da nação.
Mas uma operação deste tipo seria extremamente difícil de
preparar e executar, estando o líder norte-coreano constantemente cercado de
medidas de segurança.
O comunicado não revela mais informações sobre como o complô
teria sido desbaratado ou o que aconteceu com o suposto espião que deveria
executar o crime. De acordo com o ministério, o homem, que teria um cúmplice
chinês, recebeu até US$ 740 mil e equipamentos, incluindo material de
transmissão.
Guerra verbal
A acusação foi divulgada após a intensificação da guerra
verbal entre Coreia do Norte e Estados Unidos nas últimas semanas. O governo de
Donald Trump adotou uma retórica áspera, dizendo estar pronto para, sozinho,
resolver a questão norte-coreana.
Há poucos dias, o secretário de Estado americano, Rex
Tillerson, afirmou na ONU que "todas as opções estão sobre a mesa" a
respeito da Coreia do Norte e as ameaças de testes nucleares.
O anúncio de Pyongyang também acontece após o assassinato em
fevereiro na Malásia do meio-irmão do líder norte-coreano, Kim Jong-Nam. Ele
foi envenenado com VX, um poderoso agente neurotóxico, e tanto a Malásia quanto
a Coreia do Sul acusaram o regime comunista.
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