O presidente americano, Donald
Trump, declarou que “não ficará contente” caso os norte-coreanos realizem um
novo teste nuclear, durante entrevista que será transmitida neste domingo (30)
no programa “Face The Nation”, do canal de TV CBS. Questionado se isso
significava uma ação militar, ele respondeu: “não sei, veremos”.
Trump ainda disse que o
presidente chinês, Xi Jinping, certamente não ficaria satisfeito com uma nova
demonstração de força dos norte-coreanos. Donald Trump estimou que Xi Jinping
está colocando pressão sobre a Coreia do Norte, num momento em que a tensão
aumenta pelos programas nucleares e balísticos de Pyongyang. Segundo ele, o chefe
de Estado chinês “certamente pressiona a Coreia do Norte”.
"E posso dizer isso:
acredito que o presidente da China, que é um homem muito respeitado, também não
estará feliz", acrescentou.
O regime norte-coreano fez no
sábado (29) novo tiro de míssil, que fracassou, mas foi simbólico. A ação tem
despertado o temor dos Estados Unidos de que o regime de Kim Jong-Un possa
desenvolver um míssil balístico intercontinental capaz de alcançar o território
americano com uma ogiva nuclear.
O teste aconteceu poucas horas
depois de o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, pedir à China que
agisse contra a ameaça nuclear de Pyongyang, reforçando as sanções
internacionais. Ele alertou ainda sobre as "consequências
catastróficas" no caso de a comunidade internacional não agir mais
energicamente para sancionar Pyongyang.
Trump se negou a comentar se os
Estados Unidos têm algo a ver com o teste que não deu certo. "Isto é um
jogo de xadrez. Não quero que saibam o que eu penso. Assim, eventualmente ele
terá um sistema de lançamento melhor e, se isso acontecer... nós não podemos
permitir que isso aconteça".
Para os Estados Unidos, uma
solução diplomática depende da China, que nega ter essa influência. Pequim
acredita que o conflito deve ser resolvido através de um diálogo bilateral
entre EUA e Coreia do Norte.
A Coreia do Sul e os Estados
Unidos finalizaram neste domingo (30) as manobras anuais conjuntas, mas deram
continuidade aos exercícios navais que provocaram a ira de Pyongyang. Os
exercícios conjuntos “Foal Eagle” envolveram 20 mil militares sul coreanos e 10
mil soldados americanos, e simulam cenários de conflito com os norte-coreanos.
A tensão é crescente na península: em represália, o regime ameaçou atacar o
porta-aviões americano Carl Vinson, estacionado na região.
'Jovem astuto'
Trum disse ainda que o líder
norte-coreano, Kim Jong-Un, é um "jovem astuto" por ter conseguido se
impor no poder apesar de sua juventude e competindo com figuras de alto nível
em seu país.
Trump disse que "não tem
ideia" se Kim está são ou não, mas assinalou que o dirigente norte-coreano
enfrentou formidáveis desafios ao assumir o poder aos 27 anos, depois que seu
pai morreu em 2011.
"Obviamente se relaciona com
pessoas muito rígidas, em particular com generais e outros. E tão jovem foi
capaz de assumir o poder", disse Trump na entrevista à emissora CBS.
"Muita gente, tenho certeza,
tentou tirá-lo do poder, seu tio ou alguém mais. E ele foi capaz de se
manter". "Assim, obviamente ele é bastante astuto", disse Trump.
"Mas temos uma situação que
simplesmente não podemos deixar - não podemos deixar que continue o que tem acontecido
por um longo período de tempo", acrescentou.
Obamacare
Donald Trump postou em seu perfil
do Twitter neste domingo (30) comentários sobre mudanças nos planos de saúde
dos norte-americanos.
Segundo ele, “novo plano de saúde
está a caminho. Terá prêmios muito mais baixos e dedutíveis, enquanto ao mesmo
tempo cuidará de condições pré-existentes”, informou o presidente em seus
posts.
E fez provocações contra os
democratas e o Obamacare. “Os democratas, sem um líder, tornaram-se o partido
de obstrução. Eles só estão interessados em si mesmos e não no que é melhor
para os EUA. Você não pode comparar nada com Obamacare porque Obamacare está
morto. Democratas querem bilhões para companhias de seguros para socorrer
doadores”, disse.
O Obamacare é um plano implantado
pelo ex-presidente Barack Obama, em 2010. A partir dele, 20 milhões de
americanos que não tinham seguro-saúde passaram a tê-lo.
Desde a campanha eleitoral,
Donald Trump se posicionou contra o projeto de seu antecessor. Em abril de
2017, no entanto, ele sofreu uma dura derrota ao não conseguir os votos
necessários para aprovar sua proposta de reforma do sistema de saúde, que
acabaria com o Obamacare.
Após o fracasso na votação, Trump
já havia dito em um pronunciamento no Salão Oval da Casa Branca que o Obamacare
iria explodir. "Será um ano muito ruim para o Obamacare", disse.
"Foi uma experiência que levará a uma lei de saúde ainda melhor",
disse. Ele afirmou estar "decepcionado" e "um pouco
surpreso", mas evitou atacar os legisladores do seu partido pela retirada
do projeto e culpou a minoria democrata.
No dia 23 de abril, ele já havia
postado em sua página no Twitter mais um ataque ao sistema de saúde Obamacare.
Ele alertou os democratas que, sem incentivo financeiro do governo, o programa
pode acabar.
“Obamacare está com sérios
problemas. Os democratas precisam de muito dinheiro para mantê-lo – ou ele
desaparecerá antes do que qualquer um já imaginou”, afirmou o post.
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