Um novo relatório dos agentes de segurança do Aeroporto
Internacional O'Hare, em Chicago, mostra uma cena pouco favorável para o homem
que foi retirado à força de um voo da United Airlines.
Os documentos, solicitados pela imprensa americana que
informaram nesta terça-feira sobre seu conteúdo, assinalam que o passageiro em
questão, David Dao, foi "agressivo" e que um dos três agentes que
tentou tirá-lo de seu assento perdeu o equilíbrio quando Dao sacudiu os braços,
provocando sua queda.
O relatório identifica também pela primeira vez os três
agentes do Departamento de Aviação de Chicago presentes no avião, um dos quais
disse que usou uma "força mínima, mas necessária" para retirar Dao do
avião que ia para Louisville, no Kentuky, e que estava com excesso de
passageiros.
A United explicou que tinha que tirar algum passageiro para
ter lugar para a equipe da companhia aérea que tinha que trabalhar no dia
seguinte em Louisville.
O vídeo que registrou a ação, difundido em 9 de abril, se
tornou viral nas redes sociais e desatou uma crise de relações públicas para a
United e os agentes aeroportuários, motivando diversos pedidos de desculpa da
United, assim como uma investigação interna sobre suas práticas.
Segundo os documentos, os agentes tentaram convencer Dao em
várias ocasiões, mas ele respondeu: "não vou sair deste voo pelo qual eu
paguei. Não me importa se vão me prender", escreveu o agente Mauricio
Rodriguez em seu relatório.
O agente James Long agarrou Dao para retirá-lo de seu
assento e, segundo escreveu, o homem "começou a mexer seus braços para
cima e para baixo com os punhos fechados".
Dao se soltou do agente, fazendo-o perder o equilíbrio,
"o que fez com que o sujeito caísse" batendo em um apoio de braços da
poltrona, segundo Long.
O médico de 69 anos acabou ensanguentado, com o nariz
quebrado, uma concussão na cabeça, perdeu dois dentes e precisará de uma
cirurgia reconstrutiva, segundo seus advogados.
O advogado de Dao, Thomas Demetrio, não respondeu às
ligações da AFP solicitando comentários sobre a nova informação, mas disse ao
Los Angeles Times que eram "total sem sentido, levando em conta a
fonte".
AFP
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