A Coreia do Norte realizou um amplo exercício militar com fogo real nesta terça-feira (25/04), com pelo menos cinco manobras de grande escala. O ato, em celebração ao 85º aniversário da "fundação" de seu Exército, coincide com a chegada de um submarino americano à costa sul-coreana, em meio à crescente tensão na península.
Segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap, o
exercício militar foi conduzido próximo da cidade portuária de Wonsan. O
ditador Kim Jong-un teria participado das manobras, nas quais foi testada
artilharia de longo alcance.
Este seria o maior exercício de artilharia real já conduzido
pela Coreia do Norte, de acordo com uma fonte citada pela agência. Ele ocorre
em celebração à fundação, em 1932, da guerrilha antijaponesa criada por Kim
Il-sung, avô do atual ditador.
O exercício militar norte-coreano e a comemoração do
aniversário de seu exército chegam num momento de tensão na região por conta
dos testes bélicos de Pyongyang e o crescente temor que o país asiático realize
um novo teste nuclear, que aumentaria a tensão com os EUA.
Fotografias feitas por satélite mostraram atividade no
centro de testes nucleares de Punggye-ri, no nordeste do país, onde ocorreu há
dez dias um grande desfile militar. Mas ao menos na data comemorativa desta
terça-feira, Pyongyang não realizou nenhum teste atômico, que geralmente são
executados pela manhã.
A Coreia do Norte comunicou que reforçará suas "medidas
nucleares de autodefesa", após a ordem de Washington de enviar para a
península coreana o porta-aviões Carl Vinson, em resposta ao lançamento de um
míssil norte-coreano no início do mês.
Enquanto o porta-aviões americano de propulsão nuclear ainda
está a caminho, nesta terça-feira o submarino nuclear USS Michigan atracou na
cidade costeira sul-coreana de Busan.
O submarino americano deve participar de exercícios
militares conjuntos com o porta-aviões Car Vinson em breve, segundo a agência
Yonhap. O USS Michigan é um submarino de propulsão nuclear que transporta 154
mísseis de cruzeiro Tomahawk e 60 tropas de operações especiais, além de
mini-submarinos.
Encontro trilateral em Tóquio
Também nesta terça-feira, diplomatas de Japão, Coreia do Sul
e Estados Unidos concordaram em coordenar estreitamente "todas as
ações" contra a Coreia do Norte. Na reunião em Tóquio, o sul-coreano Kim
Hong-kyun, o japonês Kenji Kanasugi e o americano Joseph Yun discutiram formas
de lidar com o regime norte-coreano.
"Concordamos em coordenar todas as ações –
diplomáticas, militares e econômicas – em relação à Coreia do Norte",
disse Yun, representante especial dos EUA para a política da Coreia do Norte.
Este encontro trilateral é o segundo desde que Donald Trump assumiu a
presidência dos EUA, em 20 de janeiro.
"Nós advertiremos veemente a Coreia do Norte para que
pare com as provocações estratégicas, mas tomaremos medidas punitivas fortes
que o Norte não poderá suportar caso não cumpra", disse Hong-kyun. O
representante sul-coreano se recusou a elaborar detalhes sobre quais seriam
essas ações punitivas.
Os três representantes também concordaram em instar a China,
principal benfeitor da Coreia do Norte, a exercer mais influência para travar
os programas nucleares e de mísseis de Pyongyang. O ministro do Exterior do
Japão, Fumio Kishida, comunicou que o representante especial da China para
assuntos da península corenana, Wu Dawei, está programado para visitar o Japão
ainda esta semana para conversas com autoridades japonesas.
© Reuters/Yonhap/Cho Jueong-ho
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O Catiripapu agradece a sua participação.