O Papa Francisco pediu neste
sábado (29) que seja empregada a via diplomática e que se recupere o papel das
Nações Unidas para encontrar uma solução que reduza a tensão em torno da Coreia
do Norte.
"A via é a da negociação, da
solução diplomática. Esta guerra mundial, da qual venho falando há dois anos
mais ou menos, acontece em pedaços, mas estes se alargaram e se
concentraram", disse o pontífice. "Isto dos mísseis da Coreia
acontece há mais de um ano, mas agora parece que a coisa se aqueceu
muito", declarou Francisco sobre o desenvolvimento de armas nucleares
naquele país.
O papa se referiu à questão
quando perguntado pelos meios de comunicação internacionais, entre eles a
agência Efe, que viajaram com ele em seu regresso a Roma após uma visita ao
Cairo, no Egito. Ele falou sobre o assunto após a Coreia do Norte testar um
míssil balístico neste sábado, pouco depois de o secretário de Estado dos EUA,
Rex Tillerson, advertir que o fracasso em conter o programa nuclear e de
mísseis balísticos de Pyongyang poderia levar a "conseqüências
catastróficas".
"Paremos, busquemos uma
solução diplomática e aí acredito que as Nações Unidas têm o dever de retomar
um pouco sua liderança porque está um pouco 'aguada'", opinou.
Trump
O papa também afirmou que não
sabe se o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que viajará à Itália no
próximo mês de maio, solicitou uma audiência com ele no Vaticano, mas disse que
está disposto a vê-lo. "Não me informaram ainda da Secretaria de Estado de
que tenha feito uma petição, mas eu recebo todo chefe de Estado que pede uma
audiência."
O Vaticano explicou na semana
passada que, perante qualquer petição de audiência com o papa, "se faz
todo o possível para atendê-la", depois que o porta-voz da Casa Branca,
Sean Spicer, disse que contataria o Vaticano para falar dessa possibilidade.
Trump pretende viajar a Taormina
(Sicília, sul da Itália) para participar da cúpula dos líderes do G7 (grupo dos
sete países mais industrializados do mundo) entre os dias 26 e 27 de maio. Caso
seja confirmada, a primeira reunião entre o presidente americano e o papa
aconteceria com o pano de fundo de suas diferentes visões sobre a acolhida de
imigrantes e a luta contra a mudança climática.
Venezuela
A bordo do avião papal, Francisco
disse ainda que uma nova tentativa de facilitação do diálogo político na Venezuela,
como a que recentemente participou o Vaticano, deve acontecer em
"condições muito claras".
O pontífice disse que os
ex-presidentes que já intervieram como facilitadores entre as autoridades e a
oposição - o espanhol José Luis Rodríguez Zapatero, o panamenho Martín Torrijos
e o dominicano Leonel Ferndández - "estão insistindo" para voltar a
tentar.
"Estão buscando o
lugar", disse o papa, questionado sobre o ponto de vista do Vaticano.
"Eu acredito que tem que ser em condições muito claras, parte da oposição
não quer isto, o que é curioso, a própria oposição está dividida e, por outro
lado, parece que os conflitos se aguçam mais, mas há algo em movimento, há algo
em movimento", afirmou.

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