Coreia do Norte testou neste
sábado (29) um míssil balístico pouco depois de o secretário de Estado
norte-americano, Rex Tillerson, ter alertado que, se o país não paralisar o seu
programa nuclear, poderá sofrer “consequências catastróficas”. O teste
norte-coreano ocorreu 12 horas antes da chegada do porta-aviões norte-americano
USS Carl Vinson e da armada que o acompanha à península das Coreias, onde
iniciaram exercícios militares com a Coreia do Sul neste sábado, segundo a
agência Reuters.
Autoridades dos EUA e da Coreia
do Sul disseram que o teste da Coreia do Norte aparentemente falhou, no que
seria o quarto fracasso dos norte-coreanos em testes de mísseis desde março.
Tillerson disse na sexta-feira
que todas as possibilidades estão sendo analisadas para o caso, inclusive uma
ação militar.
“A ameaça de um ataque nuclear
contra Seul ou Tóquio é real, então é só questão de tempo antes de a Coreia do
Norte desenvolver capacidade para atacar os EUA”, afirmou Tillerson. “Se
relutarmos quanto ao assunto mais importante em termos de segurança no mundo,
as consequências podem ser catastróficas.”
O presidente norte-americano,
Donald Trump, escolheu a retórica de afirmar que o teste é um desrespeito à
China, aliada de Pyongyang.
“A Coreia do Norte desrespeitou a
China e seu respeitável presidente ao lançar, sem sucesso, um míssil hoje
mesmo. Ruim!”, disse o presidente pelo Twitter.
O ministro das Relações
Exteriores chinês, Wang Yi, adotou um tom diplomático: “A chave para resolver o
tema nuclear na península não está nas mãos da China”, afirmou. A agência de
notícias oficial da China, Xinhua, usou vocabulário conciliatório, pedindo para
que os dois lados cedam.
A Coreia do Norte vem realizando
testes como nunca antes, e especialistas acreditam que o país evoluiu no
desenvolvimento de mísseis de médio alcance e disparados por submarinos.
O último teste feito pelo pela
Coreia do Norte, há mais de 10 dias, falhou. O país asiático, que já realizou 5
testes nucleares com sucesso nos últimos meses, quer desenvolver um míssil
intercontinental capaz de atingir os EUA.
O primeiro-ministro japonês,
Shinzo Abe, classificou o teste como uma grave ameaça à ordem internacional.
“Exortei a Rússia e participar
construtivamente das negociações com a Coreia do Norte. O Japão está observando
como a China agirá em relação a eles também”, disse.
De acordo com fontes nos EUA, o
míssil testado provavelmente era um KN-17, de médio alcance, mas que aparentemente
falhou minutos após decolar.
O Partido dos Trabalhadores da
Coreia do Norte disse ao jornal oficial Rodong Sinmun que o destacamento da
armada com o porta-aviões é uma “atitude temerária de maníacos por guerra com o
objetivo de criar um conflito nuclear muito perigoso”.
Kim Dong-yub, especialista do
Instituto de Estudos do Extremo Oriente da Universidade Kyungnam, em Seul,
afirmou que a Coreia do Norte pode não ter obtido os dados que desejava com o
lançamento e destruiu o míssil para não causar a ira da China, que tinha pedido
a Pyongyang para evitar provocações.
O favorito a vencer a eleição
presidencial sul-coreana de 9 de maio, Moon Jae-in, chamou o teste de “um
exercício de futilidade”.
“Pedimos ao regime de Kim Jong Um
que pare imediatamente com os atos provocativos irresponsáveis e escolha o
caminho da cooperação com a comunidade internacional”, disse Park Kwang-on,
porta-voz de Moon, que defende uma política mais moderada com os vizinhos do
norte.
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