Da Agência Brasil
Senadores, deputados e ministros manifestaram-se hoje (11)
sobre os 76 inquéritos abertos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Edson Fachin, para investigar políticos com foro privilegiado citados nas
delações de ex-executivos da Odebrecht, no âmbito da Operação Lava Jato. A
lista inclui oito ministros, 29 senadores e 42 deputados, entre eles os
presidentes do Senado e da Câmara, entre os investigados.
Senadores
O senador e presidente do PMDB, Romero Jucá (RR) disse em
nota que sempre estará à disposição da Justiça para prestar qualquer
informação. “Nas minhas campanhas eleitorais sempre atuei dentro da legislação
e tive todas as minhas contas aprovadas", disse o presidente nacional da
legenda.
Já o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse que
considera importante o fim do sigilo sobre o conteúdo das delações, pois “assim
será possível desmascarar as mentiras e demonstrar a absoluta correção de sua
conduta”.
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), disse
que a " Justiça brasileira tem maturidade e firmeza para apurar e
distinguir mentiras e versões alternativas da verdade". O senador declarou
ainda, por meio de nota, que "o Estado Democrático de Direito prevê, no
curso dos inquéritos, o amplo direito de defesa". "A verdade
prevalecerá", defendeu.
O líder do PMDB no Senados, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse
que a abertura dos inquéritos permitirá que ele possa conhecer "o teor das
supostas acusações para, enfim, exercer meu direito de defesa sem que seja
apenas baseado em vazamentos seletivos de delações."
"Um homem público sabe que pode ser investigado. Mas
isso não pode significar uma condenação prévia ou um atestado de que alguma
irregularidade foi cometida. Acredito que esses inquéritos serão arquivados por
falta de provas, como aconteceu com o primeiro deles", argumentou o senador
e ex-presidente do Senado.
O senador petista Lindbergh Farias (RJ) disse confiar que as
investigações irão esclarecer os fatos. “Assim como das outras vezes, estou
convicto de que o arquivamento será o único desfecho possível para esse
processo. Novamente, justiça será feita", disse o parlamentar em nota.
O senador Humberto Costa (PT-PE) disse por meio de nota que
aguarda o levantamento do sigilo dos novos documentos para ter acesso às
informações necessárias à sua defesa. “O senador, que já abriu mão de todos os
seus sigilos, se coloca, como sempre o fez, à disposição das autoridades para
todos os esclarecimentos necessários”, diz a nota.
O senador José Serra (PSDB-SP) informou que não cometeu
nenhuma irregularidade e que suas campanhas foram conduzidas pelo partido, na
forma da lei. "A abertura do inquérito pelo Supremo Tribunal Federal
servirá como oportunidade de demonstrar essas afirmações e a lisura de sua
conduta", disse a assessoria em nota.
O senador e presidente do DEM, José Agripino Maia (RN) disse
que, mesmo não tendo disputado as eleições de 2014, “desconhece o teor das
menções" a ele atribuídas e que se coloca “à disposição da Justiça para
colaborar com as investigações que se venham a requerer”.
A defesa do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) disse
que não foi oficialmente comunicada e tampouco teve acesso à investigação.
“Fernando Bezerra mantém-se, como sempre esteve, à disposição das autoridades a
fim de prestar quaisquer esclarecimentos que elas possam necessitar".
O senador Dalirio Bebeber (PSDB-SC) disse que recebeu com
surpresa a inserção de seu nome na lista dos investigados. "Não tive, até
o presente momento, qualquer acesso ao processo para conhecer o conteúdo do que
me é atribuído". O parlamentar catarinense disse estar
"indignado", mas "absolutamente tranquilo, pois minha
consciência em nada me acusa". "Digo à sociedade brasileira, em
especial, aos catarinenses, que sempre confiaram em mim, que espero que
rapidamente a verdade seja restabelecida".
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) disse que as
doações feitas para as suas campanhas “foram oficiais, declaradas e
posteriormente aprovadas pela Justiça Eleitoral”.
O ex-governador de Minas Gerais e senador Antonio Anastasia
(PSDB) disse que em toda sua trajetória “nunca tratou de qualquer assunto
ilícito com ninguém”.
A defesa do senador Valdir Raupp (PMDB-RO) disse que o
parlamentar "contesta mais uma vez a falsidade das alegações que fazem
contra si, se colocando à disposição do Poder Judiciário para os
esclarecimentos cabíveis".
O senador Paulo Rocha (PT-PA) informou que todos os recursos
da campanha de 2014 foram repassados pela direção nacional e estadual do PT e
"estão todos declarados nas prestações de contas junto ao TRE. A
utilização desses recursos, empresas doadoras e doadores individuais enfatizo,
obedeceram estritamente às normas da legislação eleitoral em vigor daquele
ano".
A senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) disse que, por desconhecer
o conteúdo da decisão do ministro Edson Fachin, não tem "elementos
suficientes" que permitam responder "às supostas acusações
feitas" contra ela e seu marido. "Mas afirmo categoricamente que, em
toda a minha vida pública, nunca participei corrupção e nunca aceitei
participar de qualquer movimento de grupos fora da lei", disse a senadora
em nota. "Minha história e minha correção são a base fundamental da minha
defesa", acrescentou.
O senador Omar Aziz (PSD-AM) negou ter tido qualquer tpo de
relação com a Odebrecht. "Essa empresa não teve sequer contratos ou
pagamentos recebidos no meu governo. Também não recebi nenhum centavo deles em
campanha eleitoral", disse.
Lídice da Mata (PSB-BA) disse esperar que haja a quebra do
sigilo de todo o processo. "Tenho a consciência tranquila e a confiança de
que tudo será esclarecido. A seriedade da minha vida pública fala por mim. Quem
não deve não teme".
"Acho muito importante essa autorização do Supremo para
a devida abertura dos inquéritos. Espero que agora haja a quebra do sigilo de
todo o processo, como já havia solicitado. Tenho a consciência tranquila e a
confiança de que tudo será esclarecido. A seriedade da minha vida pública fala
por mim. Quem não deve não teme. Espero que as investigações avancem, com
transparência e agilidade. Que as responsabilidades sejam devidamente apuradas,
para que separemos o joio do trigo".
Deputados
O atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse
que "o processo vai comprovar que são falsas as citações dos delatores, e
os inquéritos serão arquivados". "Eu confio na justiça e vou
continuar confiando sempre. O Ministério Público e a Justiça vão fazer o seu
trabalho de forma competente, cabe ao Congresso cumprir seu papel institucional
de legislar. Há separação dos poderes", declarou.
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