Após a polêmica que a carta pessoal à presidente Dilma Rousseff (PT) gerou no Congresso e na internet, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) resolveu se defender e explicar o seu posicionamento nos últimos dias. Ao Blog do Moreno, do jornal O Globo, o peemedebista explicou porque decidiu evitar a discussão sobre o acolhimento do processo de impeachment da presidente. Segundo ele, não haveria como ir contra a ação, apesar do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, afirmar que Temer não via “lastro jurídico” no pedido. “Isso foi o que me deixou mais indignado.
Como constitucionalista, não posso dizer um absurdo desses. Os cidadãos brasileiros que entraram com esse pedido cumpriram todo um ritual, dentro das normas estabelecidas pela Constituição. O presidente da Câmara, depois de examinar a procedência desse pedido com o corpo jurídico da Casa, exerceu o direito constitucional de acolhê-lo. Cabe à presidente exercer também o seu direito constitucional agora de se defender e provar que agiu certo. Isso é da democracia”, justificou. O vice-presidente criticou a decisão de Wagner de falar por ele e disse que foi “obrigado a desmenti-lo, para não ficar mal perante a sociedade e a Suprema Corte”. Para ele, reconhecer a legitimidade dos procedimentos tomados não seria tomar posição contrária ou favorável em relação ao impeachment. “Provocado por duas ações que pediam a interrupção do processo, o Supremo Tribunal Federal (STF) as recusou, confirmando que tanto o pedido como o acolhimento cumpriram as exigências constitucionais. Aí chego eu e digo, pela boca do Jaques Wagner, e digo: ‘Não, está tudo errado: quem pediu, quem acolheu e, principalmente, o Supremo!’. Tal colocação, me deixou mal política e juridicamente. E, muito constrangido”, criticou.
Questionado sobre o vazamento da carta, que acabou afetando a imagem do vice-presidente, Temer negou que tenha sido o responsável pelo acesso do documento pela imprensa e sugeriu que o Palácio do Planalto tenha sido responsável. “Eu me cerquei de todos os cuidados, mandando pessoa da minha confiança entregar a carta de caráter pessoal e confidencial à presidente. Qual não foi a minha surpresa, ao desembarcar em Brasília na noite de segunda-feira?! Comecei a receber telefonemas de seus colegas jornalistas, querendo saber sobre o conteúdo de uma carta confidencial. O vazamento não foi da parte do remetente. Seria incoerente e deselegante eu vazar ou mandar vazar uma carta pessoal, com características de desabafo. Mais uma vez, avaliei mal”, concluiu.
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