sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

DEU NO FACE...

Mestres da Cultura Ipitanguense: Exemplo de Resistência contra a Ditadura Militar Por Tássio Revelat

O Golpe que instalou a Ditadura Militar (1964) no Brasil completa 50 anos. Portanto, é mais do que necessário refletir acerca de um período marcado pela supressão de direitos constitucionais, censura, violência e repressão aos que eram contrários ao Regime.
Nesse contexto, onde reinava o autoritarismo e a falta de democracia, artistas, intelectuais e militantes de esquerda organizaram uma fervorosa oposição, que com o tempo, levou ao processo da Redemocratização e ao movimento das “Diretas Já”.
Como trata-se de um período recente da nossa História, podemos ainda conviver com pessoas que tiveram um papel importante na luta contra o Regime Militar. Há, por exemplo, dois nomes de peso no cenário cultural e acadêmico de Lauro de Freitas que lutaram corajosamente em prol dos princípios democráticos. Eles foram perseguidos e ameaçados pelos militares, mas jamais deixaram de lutar pelos seus sonhos e ideais. 


O primeiro é Gildásio Freitas, Artista Plástico, Historiador, formado na Universidade Federal da Bahia, Fundador e 1° Diretor da Biblioteca Municipal da Cidade. Além disso, ele tem centenas de artigos publicados em Jornais e Revistas, além de ser autor de 4 livros sobre a História do Município, soma-se a seu currículo a atuação como presidente da Academia de Letras e Artes da cidade e funcionário da Secretaria de Cultura de Lauro de Freitas, onde ainda desenvolve pesquisas sobre o Patrimônio Cultural e Histórico. O segundo é Adelmo Oliveira, Formado em Direito pela Universidade da Bahia. Em 1962, sob um Júri formado por nomes de expressão da literatura brasileira, como Manuel Bandeira, recebeu o Prêmio Nacional Luis Congora. Adelmo tem vários livros publicados – Cantos da Hora Indefinida ( 1960); O Som dos Cavalos Selvagens ( 1971); Cântico Para o Deus dos Ventos e das Águas ( 1987); Espelho das Horas ( 1991), etc. Exercendo atividade política contra a Ditadura foi preso por duas vezes e torturado. Em 1978 foi eleito Depurado Estadual pelo Antigo MDB.
 

            
 Esses magnificentes intelectuais ainda carregam no olhar o brilho humanitário e mantém acessa a chama da esperança na construção de um mundo mais igualitário, justo e pacifico. Eles são, sem sombra de dúvidas, pérolas raras da cultura ipitanguense. Dessa forma, estudar, conviver e aprender com e sobre essas lendas vivas dentro de nossa cidade, engrandece a nossa compreensão sobre como as marcas da ditadura constituem a nossa realidade atual e como o movimento de Resistência foi importante para refletir essa prática e modificar os rumos da nossa história.

 . Tássio Revelat ( Historiador e Coordenador de Ações Transversais da SECULT)

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