Em 28 de Junho é comemorado em todo mundo o dia do Orgulho Gay. A expressão internacional inclui pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais- LGBT. A significância do Dia 28 de Junho é que marca o início do movimento moderno LGBT em prol da liberdade de expressão e igualdade de direitos deste segmento da população.
Em 28 de junho de 1969,
ocorreu, na cidade de Nova York -EUA, o que veio a ser conhecido como a
Rebelião de Stonewall. Stonewall era (e ainda é) um bar de freqüência
LGBT que sofria repetidas batidas policiais sem justificativa.
Naquele
dia, os freqüentadores se revoltaram contra a polícia e o tumulto que
se seguiu durou três dias, mudando para sempre as atitudes repressivas
das autoridades perante as pessoas LGBT e dando início à luta pela
igualdade de direitos de LGBT.
Todo ano desde então esta data é
celebrada por meio de paradas e outros eventos culturais, numa expressão
de orgulho - e não de vergonha - de assumir publicamente a orientação
sexual e identidade de gênero LGBT.
No Brasil as Paradas do
Orgulho LGBT começaram a se tornar um importante momento de expressão e
visibilidade desta população a partir de 1995. São eventos que reúnem
milhões de brasileiros e brasileiras, especialmente adolescentes e
jovens, comemorando com muita música dançante , roupas coloridas ou
semi-nús , bandeiras do arco-íris e palavras de ordem contra o
preconceito.
Na atual conjuntura política, os 20 milhões de
cidadãos e cidadãs LGBT tem como aliado o Judiciário, especialmente o
Supremo Tribunal Federal, talvez porque nesta instituição se enxergue
com maior amplitude a universalidade dos direitos humanos e da justiça
social. No legislativo, municipal, estadual e federal os políticos
evangélicos tem sido os maiores inimigos dos projetos de lei de combate
ao preconceito, violência e discriminação contra homossexuais no País. O
Executivo tem feito vista grossa, muitos se quer criam coordenadorias ,
conselhos e planos LGBT e quando o fazem, os deixam sem orçamento.
A
orientação sexual homossexual é irreversível, ou seja, um ser humano ao
construir e assumir sua orientação para o desejo afetivo e sexual para
uma pessoa do mesmo sexo, não haverá tratamento para que se torne
heterossexual. Infelizmente, muitos homofóbicos tem tentado
desqualificar uma correta decisão do Conselho Federal de Psicologia –CFP
de proibir psicólogos de tentar “tratar, curar ou reverter” a
orientação sexual de alguém.
Apesar dos altos índices
epidemiológicos da Aids e das altas taxas de homicídios por orientação
sexual e identidade de gênero serem os maiores problemas enfrentados
pela comunidade LGBT, é possível dizer com toda sinceridade que é muito
bom e da orgulho ser Gay. As liberdades, que ainda são pequenas, já
permitem a um homem ou mulher gay poderem formar família, adotar,
viajar, estudar, prestar concurso público, entrar de cabeça erguida em
vários ambientes e se despontar nas artes, no esporte, na ciência, no
trabalho ou na vida vocacional.
O que querem os Gays? Os Gays
querem a aprovação do PLC 122, o projeto de lei que estende a
criminalização do racismo, do anti-semitistismo também para a homofobia.
Os Gays querem o estatuto da diversidade sexual e o casamento civil
igualitário. Os Gays querem ser tratados com respeito, com dignidade e
ser cidadão brasileiro com direitos iguais a uma pessoa heterossexual.
No
dia 28 de Junho lembremos com tristeza de milhares de gays que foram
assassinados por homofobia, dos que morreram por Aids, dos que
suicidaram ou sofrem com depressão crônica em conseqüência da cultura
homofóbica. Vamos lembrar também com Orgulho de nossa existência e saber
que existem ativistas esparramados por todo país empunhando a bandeira
do arco-íris, exigindo respeito e dizendo para a sociedade que é legal e
normal ser homossexual.
Léo Mendes – Jornalista, Coordenador Geral da Artgay e Diretor da ABGLT
Twitter @liorcino
Parabéns Duza.
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