sexta-feira, 19 de agosto de 2011

DEU NO CORREIO: GUARDA MUNICIPAL DE LAURO DE FREITAS ACUSADO DE ASSASSINAR ESTUDANTE EM ABRANTES

Polícia apresenta guarda municipal acusado de matar estudante em Abrantes

Segundo a polícia, laudos confirmaram que a garota foi vítima de violência sexual

19.08.2011 | Atualizado em 19.08.2011 - 13:18

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Foto: Reprodução

Garota foi raptada após sair da casa de amiga

Redação CORREIO

O guarda municipal José Pereira da Conceição Júnior, 44 anos, foi apresentado nesta sexta-feira (19), na sede da Polícia Civil, na Piedade. Ele é suspeito de matar a estudante Adriani Melo de Jesus, 16 anos, em junho deste ano.

A garota foi raptada após sair da casa de uma amiga com o namorado, um jovem de 17 anos, em Vilas de Abrantes, distrito de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. O corpo da estudante foi encontrado atrás do clube da Caixa Econômica Federal, na Estrada do Coco.

O cadáver apresentava três perfurações de bala, sendo duas na cabeça e uma no peito. Segundo a polícia, exames periciais confirmaram que Adriane fora abusada sexualmente.

O namorado da garota contou em depoimento que um único homem desceu de um Pálio preto dizendo que era policial. Após revistar o rapaz, ele obrigou a adolescente a entrar no carro e, ao sair, jogou o celular dela pela janela. Ainda de acordo com a polícia, o guarda municipal foi reconhecido pelo namorado da jovem.

Prisão
O guarda foi abordado pelos policiais no dia 20 de julho, quando saía de um plantão de 12 horas, em Lauro de Freitas, sendo levado para 26ª DT, em Abrantes. Os investigadores o identificaram com base em informações fornecidas pelo namorado da adolescente morta e de outras testemunhas que o viram à distância no momento do rapto.

O veículo Fiat Pálio de José Pereira, que se diz também agente comunitário de saúde, foi encaminhado para perícia, cujo laudo está sendo aguardado pelo delegado.

José teve a prisão preventiva decretada ontem (18), pela juíza Mariana Deiró, da 1ª Vara Crime de Camaçari. Ele ficará custodiado na 26ª Delegacia Territorial (Vilas de Abrantes) à disposição da Justiça.

Um comentário:

  1. Um passo para Impunidade
    a polícia quer fazer crer, com a apresentação do guarda municipal José Pereira da Conceição Júnior, 44, funcionário da Prefeitura de Lauro de Freitas. Sem dar mostras de ter aprendido a lição com inúmeras experiências mal-sucedidas, a equipe de investigação que atua no caso seguiu o conhecido caminho que leva a lugar algum: baseou suas suspeitas apenas em reconhecimento de testemunha. E quem é a testemunha-chave? O namorado da vítima, uma pessoa envolvida emocionalmente e, possivelmente, ansiosa por ver o culpado punido. Nessas circunstâncias, a emoção costuma se sobrepor à razão, embotando a percepção e comprometendo a capacidade de se fazer distinção entre realidade e imaginação. Se é que os fatos transcorreram exatamente como o rapaz contou aos investigadores.

    E quais são mesmo as evidências que ligam o suposto autor ao crime? Bom, a julgar pelo que a polícia apresentou até o momento, o Ministério Público não deverá ter trabalho para concluir que não há caso. José Júnior foi preso porque a testemunha garante ser o autor um guarda municipal. A polícia diz que sua foto foi escolhida em meio a outras 60 imagens de GMs e que, no reconhecimento presencial (pelo chamado "espelho mágico"), o namorado de Adriane confirmou a impressão inicial. Simples, assim.

    Não basta 'achar', é preciso provar

    Não tão simples assim! Que motivo levou José Júnior a estuprar e matar a adolescente? Ele possui histórico de violência? Em sendo assim, como conseguiu se tornar um guarda municipal? Qual o seu álibi para o momento do crime? Quem é, afinal de contas, o cidadão José Pereira Conceição Júnior? Por enquanto, sabe-se quem ele não é. Ele não possui relevância social nem é um político influente. Seus protestos de inocência caíram no vácuo. Uma manifestação realizada por familiares e amigos, pobres e anônimos como ele, não obteve repercussão capaz de fazer a sociedade abrir olhos e ouvidos para o que pode ser uma injustiça.

    Mas, admitamos que José Júnior tenha estuprado e assassinado Adriane. Não basta "achar", é preciso provar. Do contrário, há o risco de o crime vir a entrar para o rol de casos não solucionados, devido a erros grosseiros na fase de investigação.

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