Uma equipe de pesquisadores da
Universidade Temple, na Filadélfia, anunciou que conseguiu reeditar os genes do
HIV presentes em animais vivos infectados. Essa reformulação do DNA evita que o
vírus continue a se replicar e elimina a doença. A pesquisa foi publicada na
revista "Molecular Therapy".
Essa técnica de edição de DNA é
recente, mais divulgada durante o ano de 2016, e é uma das maiores promessas
para combate às doenças. O Crispr, como é chamada, é uma ferramenta usada pelas
bactérias quando são atacadas pelos vírus: elas reescrevem os genes inseridos
pelos "inimigos", o que chamou a atenção dos pesquisadores.
Usar o Crispr para curar o HIV é
uma das principais metas de pesquisadores. Neste estudo, os cientistas Wenhui
Hu, Kamel Khalili, Laura H. Carnell e Won-Bin Young ampliaram os resultados
obtidos em 2016, em artigo publicado pela revista "Nature" (leia em
inglês). No ano passado, eles conseguiram eliminar fragmentos do HIV do genoma
da maioria dos tecidos dos animais do experimento, também com a ajuda do
Crispr.
"Nosso novo estudo é mais
abrangente", disse Hu. "Confirmamos os resultados do nosso trabalho
anterior e melhoramos a eficiência da nossa estratégia de edição de genes. Nós
também demonstramos como é eficaz a estratégia em dois modelos de ratos
diferentes e adicionais, um com uma infecção aguda nas próprias células e outro
representando a infecção latente em células humanas".
Desta vez, neste novo artigo, a
equipe conseguiu inativar o HIV geneticamente em camundongos, reduzindo a
expressão do RNA viral em cerca de 60 a 90%, confirmando a descoberta anterior.
Em seguida, eles conseguiram usar o Crispr em roedores infectados com um tipo
de HIV equivalente ao humano. Os cientistas também usaram o Crispr em um terceiro
modelo de células infectadas, com enxerto em nas células T, ou linfócitos T,
tipo importante para a defesa do seres humanos.
"Durante a infecção aguda, o
HIV se replica ativamente", disse Khalili. "Com os camundongos com
EcoHIV (similar ao humano), nós pudemos investigar a capacidade estratégica do
Crispr em bloquear a replicação do vírus e potencialmente prevenir um sistema
de infecção. A eficiência da edição chegou a 96%. De acordo com os
pesquisadores, é a primeira evidência para erradicação do HIV.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O Catiripapu agradece a sua participação.