A convocação por parte do governo
venezuelano para a instalação de uma Assembleia Constituinte não parece ser um
esforço genuíno para alcançar uma reconciliação que permita à Venezuela superar
a crise, declarou o Departamento de Estado americano nesta terça-feira (2).
"Nossa preocupação é que,
pelas indicações iniciais, este processo não se perfila como um esforço genuíno
de reconciliação nacional, que é do que a Venezuela realmente precisa",
avaliou o subsecretário adjunto para o Hemisfério Ocidental, Michael
Fitzpatrick.
Ele lembrou que a Venezuela deve
realizar eleições regionais e municipais, ressaltando que,
"claramente", a intenção do governo de Caracas com essa convocação é
continuar fugindo desse compromisso.
O governo americano - disse
Fitzpatrick - tem "sérias preocupações com as motivações dessa
convocação", porque ignora "a vontade dos venezuelanos" e
"erode a democracia" nesse país.
"Não temos muitos detalhes
ainda, mas claramente uma das motivações para isso é não ter de realizar as
eleições municipais, ou as eleições regionais", insistiu.
Além disso, completou, o apelo
feito por Nicolás Maduro sugere uma seleção cuidadosa dos integrantes dessa
Assembleia, encarregada de redigir a nova Carta Magna do país.
"Claramente, eles decidiram
mudar as regras com o jogo já na metade. As coisas não estão funcionando para
eles, de forma que vão tentar com outra coisa", opinou Fitzpatrick.
Saída da OEA
O subsecretário também criticou a
decisão do governo da Venezuela de iniciar o processo de retirada da
Organização dos Estados Americanos (OEA) - mais um passo na direção de "um
maior isolamento", segundo ele.
De acordo com as normas da OEA, o
processo de saída da Venezuela se completará em um período de dois anos e,
nesse prazo, o Departamento de Estado acompanhará atentamente o que ocorra no
país sul-americano.
"O anúncio de que não
participarão mais de reuniões da OEA é um retrocesso e será visto como mais
passo na direção de um maior isolamento", completou.
Com essa decisão, acrescentou o
subsecretário, o governo de Maduro entra ainda mais no beco sem saída, em que o
país se encontra.
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