A lista de ministros, governadores, senadores e deputados
que serão investigados por determinação do ministro Edson Fachin, do Supremo
Tribunal Federal (STF), tem 16 nomes do PT, 14 do PMDB e 11 do PSDB. Todos
foram citados nos depoimentos de delação premiada de ex-diretores da
empreiteira Odebrecht, no âmbito da Operação Lava Jato.
A relação também inclui oito nomes do PP, seis do PSD,
quatro do DEM, quatro do PSB, três do PR, três do PRB, dois do PCdoB, além dos
partidos PPS, PTC e SD, com um nome cada.
Com a abertura da investigação, os processos devem seguir
para a Procuradoria-Geral da República (PGR) e para a Polícia Federal (PF) para
que sejam cumpridas as primeiras diligências contra os citados. Ao longo da
investigação, podem ser solicitadas quebras de sigilo telefônico e fiscal, além
da oitiva dos próprios acusados.
Em sua decisão divulgada ontem (11), Fachin ainda determinou
a remessa de 201 declínios de competência para outras instâncias da Justiça.
Nesse caso, os tribunais inferiores vão analisar o teor das delações e decidir
se abrem ou não inquérito contra os políticos que não têm foro privilegiado, o
que pode elevar o total de pessoas ligadas a partidos políticos envolvidas em
irregularidades.
O governador do Acre, Tião Viana (PT), disse nunca ter se
reunido com Marcelo Odebrecht nem com executivos da empreiteira. Ele defendeu a
apuração de qualquer fato suspeito e a punição de qualquer um que tenha culpa
comprovada, mas condenou a “sanha condenatória de setores poderosos”. O petista
disse ainda, em nota, que a Odebrecht nunca fez qualquer obra no estado e,
portando, não poderia ter qualquer tipo de interesse “escuso” ou “legal”.
O governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), declarou, em
nota, que todas as doações recebidas durante sua campanha ocorreram “dentro da
lei e foram devidamente declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral”.
A executiva nacional do PSDB, divulgou nota em que defende o
fim do sigilo das delações e o aprofundamento das investigações. “Confiamos que
elas serão conduzidas dentro do estrito respeito aos ritos processuais, com
amplo direito de defesa e exercício do contraditório”, diz trecho da nota
tucana. Para a cúpula do partido, as investigações permitirão que a verdade
prevaleça, pondo fim a boatos e insinuações.
A bancada do PT na Câmara considerou lamentável a divulgação
de inquéritos sem que os citados tivessem conhecimento do que são acusados e
que a decisão representa uma ação que “criminaliza a política no país e um
sistema que até recentemente permitia o financiamento empresarial de campanhas
eleitorais”. Em nota, a bancada afirma ainda que todos os citados do partido
“vão provar sua inocência”.
Procurados, os demais partidos que têm filiados entre os
investigados não se manifestaram.
Edição: Fábio Massalli
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