A ameaça de paralisação do governo dos Estados Unidos neste
final de semana aparentemente diminuiu nesta terça-feira (25), depois que o
presidente norte-americano, Donald Trump, recuou da exigência de que o
Congresso incluísse o financiamento do muro que planejou erguer na fronteira
com o México em um projeto de lei sobre dotações orçamentárias.
Em comentários feitos a veículos de imprensa conservadores
na noite de segunda-feira, que foram confirmados pela Casa Branca, Trump disse
que pode esperar até que seus colegas republicanos esbocem o plano orçamentário
para o ano fiscal que começa em 1º de outubro para buscar fundos para o muro.
Os republicanos controlam as duas casas do Congresso, mas o
atual projeto de lei de gastos, que tem que ser aprovado até a noite de
sexta-feira, precisa de 60 votos dos 100 membros do Senado, onde os
republicanos têm 52 cadeiras, o que significa que ao menos alguns democratas
teriam que apoiá-lo. Líderes democratas disseram que o projeto não receberá
votos do partido se os fundos para o muro forem incluídos.
A notícia sobre os comentários de Trump ajudou a provocar um
alta no rendimento dos título da dívida do Tesouro dos EUA.
Ainda que a disputa a respeito do financiamento do muro
tenha terminado, republicanos e democratas ainda têm alguns temas difíceis para
resolver ao longo dos próximos dois dias.
Com sua demanda de inclusão de fundos para a obra, Trump
vinha correndo o risco de os opositores o culparem por uma paralisação parcial
do governo que começaria no sábado – dia em que o presidente, cujos índices de
aprovação despencaram desde que tomou posse, irá comemorar seus 100 dias no
cargo.
As exigências da Casa Branca para que os contribuintes
norte-americanos paguem a conta do muro fronteiriço enfraqueceram especialmente
porque Trump fez campanha prometendo não somente construí-lo, mas fazer o
México pagar por ele.
O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, saudou os
comentários da noite de segunda-feira e observou que há republicanos que também
se opõem ao muro.
"É uma ótima notícia que o presidente pareça estar
tirando o muro da jogada nas negociações que estamos tendo sobre o projeto de
lei de dotações nesta semana", disse Schumer no plenário do Senado na
manhã desta terça-feira.
"Isso afastaria a perspectiva de uma luta desnecessária
por uma proposta que membros dos dois partidos não apoiam... se a ameaça de um
muro for retirada, como espero que seja o caso, nossas negociações podem
continuar e podemos, espero, resolver todas as questões pendentes até
sexta-feira."
Se nenhuma medida de gastos cobrindo o período entre 29 de
abril e 30 de setembro for aprovada até o primeiro minuto de sábado, o financiamento
governamental irá acabar e centenas de milhares dos vários milhões de
servidores públicos do país serão dispensados temporariamente.
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