sábado, 18 de outubro de 2014

'COMPROMISSOS DE AÉCIO PRESERVAM AS CONQUISTAS E ENCARAM OS DESAFIOS'

'Compromissos de Aécio preservam as  conquistas e encaram os desafios'

Acompanhados por colaboradores e correligionários, Marina Silva e Aécio Neves (PSDB) se reuniram na manhã desta sexta-feira (17) na cidade de São Paulo. Em rápido pronunciamento, a ex-senadora, que anunciou no domingo (12) que votará no candidato tucano e o apoiará no segundo turno da eleição presidencial, destacou a importância dos compromissos assumidos pelo ex-governador mineiro no documento Juntos pela Democracia, pela Inclusão Social e pelo Desenvolvimento Sustentável, apresentado há uma semana.
“É por isso que, neste momento, eu estou aqui como parte desse movimento. De um movimento que se dá em cima de um compromisso. Um compromisso que no meu entendimento pode ajudar a melhorar o Brasil para todos nós, a unir o Brasil pelo bem de todos nós. A questão da sustentabilidade, da reforma agrária, da proteção aos direitos indígenas, mantendo a prerrogativa de que o Executivo irá demarcar as terras indígenas, e ao mesmo tempo sinalizando fortemente o compromisso com o desenvolvimento econômico e social”, disse Marina.
Clique aqui e ouça o pronunciamento de Marina Silva. Abaixo, a íntegra da fala da ex-senadora.
“Quero cumprimentar de um modo especial ao governador, candidato à Presidência da República, Aécio Neves. Muito obrigada pela forma generosa com que se dirige a mim. E quero cumprimentar a todos os nossos parceiros e parceiras que estão aqui, que são nossos colaboradores, na pessoa de uma pessoa que é muito importante para mim, o senador Pedro Simon.
Como eu dizia muitas vezes, e a imprensa insistia muito nisso de manhã, de tarde e de noite, “e o segundo turno?”. E eu sempre dizia que o segundo turno a gente discutia no segundo turno. E, de fato, honrei o que dizia, porque o segundo turno veio e, como democratas que somos, respeitamos a decisão dos brasileiros que colocaram duas candidaturas no segundo turno. Não estando no segundo turno, nossos partidos que compõem a aliança que fizemos inicialmente com Eduardo Campos e, agora, eu e Beto Albuquerque – e está aqui também o meu vice em 2010, Guilherme Leal. Os partidos, eles fizeram uma discussão e tomaram, na sua maioria, a decisão de apoiá-lo. Desses partidos, um deles ficou neutro, e respeitamos sua decisão, que é o PPL, mas o PSB, o PPS, o PHS, o PSL e o PRP tomaram a decisão de apoiá-lo.
Em seguida, a Rede Sustentabilidade, que é o primeiro partido clandestino em plena democracia, tomou a seguinte decisão: de que os militantes da Rede não se filiariam ao outro projeto, que é representado pela presidente Dilma. Não votariam em Dilma e que estariam liberados para votar branco, nulo e Aécio. Uma parte de nós, após uma série de discussões, tomou a decisão de, com base no seu compromisso corajoso, assumido em Pernambuco, interpretando o que está acontecendo neste país nos últimos 20 anos, e dando um salto de qualidade de que os apoios precisam ser muito mais do que pragmáticos, eles precisam ser programáticos.
A sua atitude de apresentar, 12 anos depois, uma carta compromisso aos brasileiros, de que vai recuperar os fundamentos da política macroeconômica, que estão sendo terrivelmente prejudicados, com juros altos, com inflação alta e com baixíssimo crescimento, e com poucos investimentos no nosso país, o compromisso de que vai manter as políticas sociais e aperfeiçoá-las. Eu inclusive na minha fala, em que declarei o meu voto e o meu apoio, a partir desses compromissos fiz uma comparação de que, 12 anos atrás, um candidato, o presidente Lula, apresentou uma carta-compromisso aos brasileiros dizendo que, naquele momento, em que a sociedade igualmente queria alternância de poder, queria mudança, de que ele iria apresentar novas propostas, mas que iria tratar o Plano Real como uma conquista da sociedade brasileira e iria preservá-lo. Doze anos depois você faz o mesmo gesto, diz que vai recuperar o que se perdeu no atual governo, que é a estabilidade econômica, e diz que vai manter as políticas sociais que foram ampliadas e aperfeiçoadas durante o governo do presidente Lula.
A institucionalização das políticas públicas é um avanço na democracia. As políticas públicas não podem ser fulanizadas, partidarizadas, têm que ser conquistas da sociedade, do Estado e não de um partido, não de um governo. Quando elas são de uma pessoa, de um partido ou de um governo, elas são frágeis. Quando se transformam em conquistas do Estado e da sociedade, principalmente, e são institucionalizadas como eu vejo aqui, que estava no meu programa e no seu compromisso, de que vai institucionalizar, através de lei, políticas como o Bolsa Família, isso é um passo relevante e significativo para que não se tenha mais perda dos ganhos que a sociedade a duras penas conquista.
Fiquei muito feliz, porque se de um lado já tivemos a experiência da estabilidade econômica, a experiência da inclusão social, é necessário por tudo o que acontece no mundo e no nosso país integrarmos essas visões e processos políticos com a questão da sustentabilidade. Aí o tripé estará completo. O desenvolvimento econômico, o desenvolvimento social com proteção ambiental integrando, como tenho dito há mais de 18 anos, economia e ecologia numa mesma equação, completa o tripé tão importante para um país como o Brasil. E qual é o chão que pode dar sustentação a tudo isso? O chão do aprofundamento da democracia, da melhor qualidade das instituições políticas, das lideranças políticas e do processo político de um modo geral.
Por isso que ouço com alegria a sua manifestação, candidato Aécio, de que a partir de agora você trabalha com um movimento, o movimento da mudança que não é a mudança pela mudança, mas a mudança qualificada, que preserva as conquistas, que encara os desafios, que não é complacente com os erros, mas que tem a humildade de compreender que algo grandioso não se faz por um grupo, por um partido, por uma pessoa. Algo que é maior do que nós só pode ser feito por todos nós.
E é por isso que, neste momento, eu estou aqui como parte desse movimento. De um movimento que se dá em cima de um compromisso. Um compromisso que no meu entendimento pode ajudar a melhorar o Brasil para todos nós, a unir o Brasil pelo bem de todos nós. A questão da sustentabilidade, da reforma agrária, da proteção aos direitos indígenas, mantendo a prerrogativa de que o Executivo irá demarcar as terras indígenas e ao mesmo tempo sinalizando fortemente o compromisso com o desenvolvimento econômico e social. Um país que tem lugar para o agronegócio, que tem lugar para o extrativismo, que tem lugar para a agricultura familiar, que tem lugar para a indústria, que tem lugar para o turismo, e que tem o lugar – e precisa ter – para a ética na política. Não vale tudo para ganhar uma eleição. Eu dizia que preferia perder ganhando, do ganhar perdendo. E neste momento eu reitero, que se Deus quiser e o povo brasileiro, você haverá de ganhar ganhando.”

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