Jovens estrelas da Colômbia enfrentam experientes do Uruguai em duelo no Maracanã

 

As espetaculares partidas do colombiano James Rodriguez na Copa ganharam selo estatístico oficial com sua ascensão ao topo do ranking Castrol - medição da Fifa com base nos números dos jogadores - na primeira fase. 

 

Mas só precisa da estatística quem não viu James, 21 anos, jogar neste Mundial: o meia canhoto do Mônaco fez três gols, deu passe para dois e participou das jogadas de outros três - ou seja, passaram por ele oito dos nove gols da Colômbia. No outro, não estava em campo. O jovem meia também acertou no gol dez de seus 11 chutes à meta adversária.

James Rodriguez é a maior sensação, mas não é o único jovem colombiano a chamar a atenção. Menos habilidoso, mas bem mais veloz, Juan Cuadrado, meia de 26 anos da Fiorentina, é o líder de assistências da primeira fase, com passes para três gols.    O sucesso das jovens estrelas leva o técnico da seleção, o argentino José Pekerman, a lembrar o tamanho do desafio de enfrentar o Uruguai nas oitavas de final, como um vestibular da bola. “Será uma grande prova para uma seleção jovem que estava há 16 anos longe da Copa”, disse Pekerman ontem.

 

Ao analisar o adversário deste sábado (28), às 17h, no Maracanã, o treinador destacou - não por acaso - a experiência dos uruguaios. “É um grupo que está junto há oito anos. Fizeram grande campanha em 2010 e, no ano seguinte, conquistaram a Copa América. Têm a experiência de estar juntos, se conhecem, disputaram e venceram. Para passar adiante, precisaremos de muita superação”.

Pekerman, 65 anos, entende de ajudar jovens a passar pelos testes mais difíceis. Levou três vezes a seleção argentina ao título mundial sub-20 (1995, 1997 e 2001). 

 

Disse que a primeira fase foi importante para que os jogadores ganhassem confiança. “Tivemos apresentações muito boas. Foram importantes para eles saberem do que são capazes, mesmo com os problemas que tivemos”, disse o treinador, lembrando a lesão que tirou da Copa do Mundo Falcao Garcia, artilheiro e astro da seleção.

 

Assédio Antes das oitavas, James e Cuadrado foram os mais assediados: uma possível transferência para Inglaterra do canhoto do Mônaco, o interesse do Barcelona pelo destro da Fiorentina, o sucesso da Colômbia 100%. 

 

“As vitórias nos dão mais responsabilidade. E, sem Falcao aqui, todos precisam ser mais responsáveis também”, disse James. “Teremos uma batalha, mas sabemos que agora esperam mais de nós na Colômbia”, afirmou Juan Cuadrado.

 

O goleiro David Ospina, casado com a irmã de James, disse que a boa campanha aliviou a pressão sobre os jovens. “Podemos representar bem a Colômbia. Agora é um passo de cada vez”. 

Chamado de professor pelos jornalistas colombianos, Pekerman reitera que a prova para seus alunos será muito difícil. “O Uruguai tem uma personalidade e um estilo consolidado. Nós estamos começando um ciclo. Temos que ser capazes de superar essa diferença de experiência para sonhar mais alto”, completou.