domingo, 9 de fevereiro de 2014

ÁGUAS DO RIO JOANES CHEGAM POLUÍDAS NA PRAIA DE BURAQUINHO

Aos 12 anos, quando começou a pescar, Carlos Antônio da Cunha viu na foz do Rio Joanes o seu sustento para a vida inteira. Ele se lembra da água límpida e de como o rio podia ser aproveitado. “As marisqueiras trabalhavam em paz, todo mundo pescava aqui. A gente bebia a água desse rio”, recorda o pescador que hoje tem 63 anos e sofre com a atual situação do rio, na praia de Buraquinho, em Lauro de Freitas, onde ele se encontra com o mar.
 

Com o olhar triste e revoltado, ele olha para as águas do Joanes, o principal rio de uma bacia que é responsável por 40% do abastecimento de água de Salvador. “Hoje você olha essa água preta, ninguém suporta esse fedor quando a maré baixa”, conta o pescador. “Até desembocar aqui, ele pega esgoto de um monte de lugar”.

O Joanes nasce em São Francisco do Conde e passa por São Sebastião do Passé, Candeias e Camaçari. Ele integra a Área de Proteção Ambiental Joanes-Ipitanga, que abrange ainda os municípios de Simões Filho, Salvador e Dias D’Ávila.

Em Buraquinho, ele encontra com o mar, formando uma paisagem bonita, mas poluída. É justamente em Lauro de Freitas que o rio sofre com a maior poluição, segundo o Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Inema).

Das 16 coletas realizadas pelo instituto entre 2008 e 2013 nesse trecho, 11 apontam a qualidade da água como ruim, quatro mostram a água com índice regular e em apenas uma amostra a qualidade é boa.

O Índice de Qualidade das Águas (IQA), que serve de base para a classificação do rio, é baseado em 18 parâmetros, entre eles: temperatura, pH, oxigênio dissolvido, coliformes termotolerantes, sólidos suspensos e sólidos dissolvidos totais. A partir da soma desses fatores, a qualidade do rio pode ser classificada em ótima, boa, regular, ruim e péssima. A escala vai de 0 a 100.
 
*Correio


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