terça-feira, 30 de julho de 2013

JAIME DA SILVA NERY JUIZ DE PAZ QUE FAZ PARTE DA HISTÓRIA DA EMANCIPAÇÃO DE LAURO DE FREITAS


Nascia em 19 de julho de 1914, Jaime da Silva Nery, o Juiz de Paz que empossou os primeiros vereadores da cidade de Lauro de Freitas, que em seguida deram posse ao primeiro prefeito da cidade, Celso Pinheiro, no dia 6 de abril de 1962.

Jaime Nery foi funcionário público federal, trabalhou na Base Aérea do Salvador onde se aposentou. Pai de nove filhos, do primeiro casamento, com Delza Nery, todos nascidos e criados em Santo Amaro de Ipitanga, são eles: Nivaldo, Cleonice, Cristóvão, Jaiminho, Jaimiro, Eulina, Albani, Marly, Yanny, Carlos, Suely. Após ficar viúvo, se casou com Romilda Maia Nery, onde teve mais dois filhos, Jucileide e Jaildo.

O Juiz de Paz, sempre teve um grande amor por Santo Amaro de Ipitanga, ele faleceu em 17 de junho de 1990. O seu filho primogênito, Nivaldo Nery, continua morando na mesma casa onde nasceu em 1944, construindo sua família na cidade de Lauro de Freitas, com sua esposa Lindóia Nery e os seus filhos, Márcio Wesley, Duzinho Nery e Alan Nery.

Jaime da Silva Nery, continua esquecido na história da cidade, sendo rejeitado pelos atuais governantes e pelos historiadores, que não tiveram a responsabilidade de inserir este personagem na nossa história de emancipação. Mas JAIME NERY continua sendo lembrado pela sua família, como um homem de bem que honra os seus entes.

Por Duzinho Nery

HISTÓRIA DE LAURO DE FREITAS


O Município de Lauro de Freitas, antigo Santo Amaro do Ipitanga, tem suas origens nos primeiros tempos do Brasil colonial, no longínquo ano de 1552, quando Garcia D’Ávila, criado e almoxarife de Tomé de Souza, pediu e obteve dele,que era o Governador - Geral do Brasil, no dia 21 de maio, duas léguas de terras ao longo do mar, nos campos de Itapuã e Vale do Rio Joanes. Foi o 1º marco lusitano na região, pois até então só os índios tupis aqui habitavam.

 Igreja Santo Amaro de Ipitanga, foto do início da década de 90.

Garcia D’Ávila recebeu algumas das primeiras cabeças de gado trazidas para o Brasil e aqui pelos campos de Tatuapara onde ergueu a sua fortaleza e pelos arredores (Aldeia do Espírito Santo, Ipitanga e Itapuã), fez o ponto de partida no Nordeste, para o ciclo do gado, de tão grande importância para o nosso país. Os jesuítas também marcaram presença importante. Já em 1578 temos o registro de suas passagens por nossa terra, quando de uma visita à aldeia do Espírito Santo (atual Vila de Abrantes), ocasião em que é atribuído um milagre ao Padre Anchieta, ao salvar um índio de afogar-se nas águas caudalosas do Rio Joanes e em 1608 fundam a freguesia de Santo Amaro do Ipitanga.
 
Santo Amaro ou Mauro foi Monge Benedito Italiano, que morreu no ano de 578. Padroeiro dos fabricantes de velas e carregadores é também o padroeiro do nosso município onde é festejado devotamente em janeiro, sendo o dia 15 a ele dedicado. Arquitetonicamente barroco-maneirista, a Igreja Matriz ocupou por longo período a sede da freguesia e originou ao seu redor o povoado, hoje sede do município.A Igreja Matriz adquiriu suas feições atuais no século XVIII.
 
No ciclo da cana-de-açúcar, a região teve o seu esplendor, destacando-se os engenhos: Japara, Cají, Quingoma e São Bento. Esse esplendor, entretanto, foi lamentavelmente alcançado às custas do trabalho escravo dos negros vindos da África nas condições mais desumanas possíveis, substituindo os índios que iam sendo também impiedosamente exterminados pelos portugueses . Grande resistência houve por parte dos escravos africanos, culminando com o “Combate do Rio Joanes” - protagonizado por negros muçulmanos travado nas margens do rio, em Portão no dia 28 de fevereiro de 1814 e que resultou em muitas mortes.

 Ruínas no Engenho Japara, atualmente encontra-se preservado na residência do arquiteto Fernando Frank, no luxuoso condomínio Encontro das Águas na Estrada do Coco.

Em meados do século passado, com os reflexos do fim do ciclo da cana-de-açúcar, da gradativa extinção da escravatura e de um surto de cólera que dizimou quase toda a população, dentre outros fatores, a região entrou em declínio, situação esta que não se altera muito, mesmo com a instalação do campo de aviação após a 1ª Guerra Mundial e a construção da Base Aérea e do aeroporto durante a 2ª grande guerra.
 
Em 1962, depois de resoluções, decreto e lei, por indicação do então Vereador da capital Dr. Paulo Moreira de Souza, atendendo aos anseios de velhos moradores, o distrito de Ipitanga é então emancipado, com o nome de Lauro de Freitas, nome dado em homenagem ao Dr. Lauro Farani Pedreira de Freitas, falecido tragicamente em acidente aéreo, quando de sua candidatura praticamente vitoriosa a Governador da Bahia.

 Lauro Farani Pedreira de Freitas

É nesse mesmo ano, que na paradisíaca praia de Buraquinho, Glauber Rocha dá a largada para a sua carreira internacional, ao concluir as filmagens de Barravento, que conquistaria o premio Opera Prima no Festival Internacional de cinema de Karlovy Vary, naTheco-Eslováquia. A praia de Buraquinho serviu de cenário para quase todo o desenrolar do filme. Nasce assim o nosso município sob o signo da cultura.

 Cenas do Filme Barravento de Glauber Rocha filmado na praia de Buraquinho

A partir da década de sessenta ironicamente, são os hippies que fugindo da civilização em direção ao paraíso de Arembepe, acabam atraindo uma multidão de curiosos  aventureiros, empreendedores e especuladores. Com eles um ciclo de desenvolvimento se acelera nessa mesma década, com a construção da Estrada do Coco e se consolida nos anos noventa com a linha verde, multiplicando-se o número de villages, condomínios, loteamentos, restaurantes, bares, barracas de praia de grande porte, shoppings, bancos, pousadas e outros estabelecimentos voltados muitos deles para o turismo, que se constitui numa grande vocação e potencialidade econômica da região.
 
A Lauro de Freitas, que é uma espécie de Capital Regional do Litoral Norte (Costa dos Coqueiros), está reservado o importante papel de servir de modelo de desenvolvimento industrial, para  as demais localidades dessa extensa orla marítima que se estende até os limites do Estado de  Sergipe. Atividades turísticas não faltam, pois o município, apesar da sua reduzida extensão, possui belas praias, rios com possibilidades de serem ainda recuperados, lagoas, quedas d’água e resquícios da Mata Atlântica, dentre outras belezas naturais. Uma rica história, grande influência da cultura indígena, que ficou gravada na nomenclatura de vários de seus lugares, uma grande herança da cultura africana que se expressa em seus muitos terreiros de candomblé, grupos de capoeira e na voz ritmo de seus sambistas e da cultura europeia, manifestada nas rezas de Santo Antônio, nas procissões, nos ternos de reis e outras manifestações populares, além da rica arquitetura e azulejaria do seu templo de quase quatro séculos, localizado na sua praça principal. Some-se a tudo isso, a privilegiada proximidade do aeroporto internacional de Salvador e a proximidade da capital como um todo.
 
Por Gildasio Freitas

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