terça-feira, 17 de abril de 2012

POLÍCIA FEDERAL FAZ OPERAÇÃO DE COMBATE A OCUPAÇÃO EM CONDOMÍNIO DE ITINGA


A Polícia Federal (PF), em conjunto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar, realizam nesta terça-feira (17), operação de combate a ocupação irregular de imóveis no condomínio residencial Dona Lindu, em Itinga, município de Lauro de Freitas, Região Metropolitana de Salvador.

A ação de reintegração de posse começou por volta de 6h e atinge cerca de 1.100 apartamentos em um total de 38 prédios que fazem parte do programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal, financiado pela Caixa Econômica. São aproximadamente 140 famílias que resistiram à saída determinada em ação judicial proposta pela Prefeitura local desde o início da ocupação, em janeiro.

De acordo com informações da PF, os imóveis são destinados a famílias com no máximo três salários mínimos. Algumas pessoas estariam vendendo ou alugando apartamentos ou não teriam a renda exigida para participar do programa.

A polícia ainda informou que algumas residências estavam vazias, prontas para serem entregues aos proprietários, quando foram invadidas por populares. A dona de casa Gilmara Reis, de 19 anos, disse ter invadido a casa porque morava em um quartinho e, quando soube que os apartamentos estavam sendo invadidos, resolveu se mudar.

"Eles (prepostos da prefeitura) estão dizendo que vão dar bolsa aluguel. Vão dar durante uns meses e depois cortarão o dinheiro como sempre fazem", disse Gilmara, que até o momento não sabia para onde ir após o despejo. "Eles (policiais) vão levar as nossas coisas pra um galpão, mas a gente não é cachorro", reclamou.

A outra moradora, Daniele Reis, de 21 anos, explicou que não tem para onde ir com os quatro filhos. "Eu morava de favor, por isso invadi isso aqui, se eu tivesse dinheiro pagava aluguel", contou. Os agentes retiram os moradores dos apartamentos e seus pertences estão sendo encaminhados para um depósito.

Quando foi contemplada pelo programa do governo, Ana Maria dos Santos, de 54 anos, foi visitar o apartamento no local e descobriu que havia sido invadido. Ela conta que um dos moradores estava armado. "Fui recebida com uma arma na cabeça", lembra ela, que esperou seis anos pela casa própria.

Entenda o caso - De acordo com nota oficial da prefeitura de Lauro de Freitas, o Residencial Dona Lindu foi inaugurado em agosto de 2011, com 1.131 unidades distribuídas em 39 prédios, destinados a famílias com até três salários mínimos. Das famílias selecionadas com critérios rigorosos pela Caixa, 800 receberam as chaves após a inauguração e tomaram posse das suas moradias. As demais tiveram que resolver pendências do contrato com a instituição bancária. Antes que pudessem tomar posse, parte dessas unidades foram ocupadas irregularmente por pessoas não cadastradas, muitas delas vindas de outros municípios.

A prefeitura acompanha a questão desde o início e propôs que os invasores com renda de até três salários mínimos se cadastrassem. Enquanto aguardavam a finalização dos conjuntos do Minha Casa Minha que estão em construção no município, seriam incluídos no Programa Municipal do Bolsa Aluguel. Apenas 60 aceitaram e foram transferidos para moradias alugadas pagas pela Prefeitura. As demais famílias foram avisadas que tramitava na justiça uma ação de reintegração de posse movida pela Caixa.

Bolsa Aluguel - A Prefeitura mantém a proposta de disponibilizar o Bolsa Aluguel às famílias retiradas hoje dos imóveis, desde que estejam dentro do perfil do programa, e orienta que se dirijam ao setor de Habitação da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania para cadastramento.

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