terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

BANCA R.A.P.P DE PORTÃO


Na noite de ontem, aconteceu no CINE TEATRO DE LAURO DE FREITAS, o evento de RAP, O PODER DO RAP, que reuniu no palco alguns dos representantes do MOVIMENTO urbano do RAP e HIP HOP e contou com as apresentações de B.BOYS, os dançarinos de rua que engrossam o movimento.

Apesar de um público pequeno, o que ainda é normal e compreensível, ha visto a força da influência da cultura afro e do pagode em nossas cidades baianas, o HIP HOP, RAP, FUNK e B.BOYS B.GIRLS, com sua STREET DANCE, vem ocupando o seu espaço nos guetos de nossa urbe, como nas comunidades de Portão, Itinga, Lagoa dos Patos, Vila Mar e Chafariz, por traduzir através da música e dança as suas demandas e necessidades de reconhecimento e enfrentamento ao preconceito e a violência persistentes nessas comunidades.

Os movimentos de cultura urbana em nossa cidade vêm dando sinais de crescimento e organização, o que pode contribuir para a edificação de uma sociedade justa e que conviva em harmonia com a diversidade religiosa, cultural e até mesmo racial num munícipio de grandes variedades de classes, grupos e organizações sociais como Lauro de Freitas é a exemplo da existência de grandes condôminios e empreendimentos de luxo, as comunidades rurais ainda existente em nossa urbe de Ipitanga, os bairros periféricos de grande monte ocupacional como a Itinga, Portão e a região do Centro com a predominância de uma característica forte de uma cultura dos guetos com o pagode predominando e dividindo espaço com o reggae de protesto, o rock da subversão e contrariedade, o rap, hip hop e funck como a contra cultura e desabafo de uma geração que quer ser ouvida e não aceita ser rotulada como a baianada do axé e do pagodão.

Por Ricardo Vieira

OPINIÃO CATIRIPAPU

Adoro todas as formas de inclusão, e espetacularmente, quando existem ferramentas, para incluir o cidadão, através os vastos meios para tal. O que não admito, é a forma preconceituoso e separatista de alguns segmentos, que se acham nos pedestais, atirando raivosamente como uma FOBIA, na "BAIANADA", como rotulo, do axé e do pagode, que apesar de tudo, é parte da essência da cultura baiana,sem haver a necessidade de exportação americanizada, pois os nossos ancestrais, bem na sua essência, da miscigenação afro-indígena, deixou uma riqueza ímpar da nossa música. Fazendo dessa "BAIANADA", referência de uma cultura marcada nos principais mercados da música no mundo. Vide Carlinhos Brown, que rompe o esteticismo norte americano, para está concorrendo ao OSCAR 2012, como Melhor Canção Original, com o filme de Carlos Saldanha, Rio. É Bahia!!!

Pois assim, é que ele nos engolem, sendo originais!!! O pagode, o axé, o arrocha, tem esta essência, que faz da Bahia, um centro criativo único da música popular brasileira, atraindo turistas, especialistas de todo mundo, incrivelmente, no carnaval, onde as estrelas do axé e do pagode, brilham intensamente.

Assim, como o HIP HOP, RAP, FUNK e B.BOYS B.GIRLS, com sua STREET DANCE, que vem ganhando também o seu espaço, que está sendo incrementado,com a cultura das nossas raízes.

A BAIANADA BOTA PRA F...

2 comentários:

  1. Duza,

    Compreedo como hiper pertinente e oportuno sua opnião, contudo, cabe ressaltar que o movimento hip hop da Bahia tem uma caractéristina única "justamente por ser baiano".

    http://www.youtube.com/watch?v=PU5RJW7BL20.

    Nossa form de fazer hip hop e se relacionar com o univeso ea nossa volta é bastante peculiar. Admito que há sim aqueles mais emocionados que insistem em se manter numa redoma impenetravel. Mas no geral, principalmente em se tratando dos mais maduros e com maior tempo de militancia pode-se observar uma tolerancia, e arrisco a dizer, uma relação bem mais próxima com outros seguimentos musicais existentes na periferia.

    A Posse PCE por exemplo já faz atividades conjunta com ex mebros do FOGO BAIANO, por entender que a resposta social se amplia quando os diversos ritmos e expressões culturais se juntam.

    Quando o crack e a bala perdida entram nas camunidades não há uma seleção de quem é pagodeiro ou "hip hopeiro" somos todos jovens de periferia, sugeitos a ação mortal do racismo. Por isso, entendemos que todos somos agentes culturais, fazendo aquilo que sabemos fazer e fazendo juntos.

    Pagode, arrocha, hip hop, reggae, funk etodos os outros ritmos e expressões adotados pela periferia presisam fortalecidos por todos nós.

    Ricardo Andrade
    Articulador do Mov Hip Hop

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  2. O Hip Hop é um movimento social e cultural presente em todos os cantos do Planeta Terra, sua atuação foi além das questões de raça e discriminação que sofriam e sofrem os negros que viviam no passado e vivem no presente nas periferias das grandes cidades que tiveram um contingente de escravos vindos da África para trabalharem no seu processo de colonização. O M.C. ou Rapper que significa mestre de cerimônia realizava o desafio improvisado conhecido como free-style que é oriundo dos Griots que são canções faladas por contadores de histórias e fábulas de negros africanos que desembarcaram nas Américas como escravos trazidos pelos navios negreiros.

    Os Griots são cantos falados em que se transmitem a História dos antepassados comuns. O improviso Griot foi comum às diversas etnias africanas que foram espalhadas na América, eles observam um fato e cantam com batuques juntando as palavras que revelavam sua dura jornada como prisioneiros vindos do oeste da África e conseguiam sobreviver à travessia pelo oceano Atlântico.

    Os cantos nas rodas de capoeira no Brasil, as cantigas que eram entoadas no trabalho nas lavouras de cana, algodão e café, as músicas religiosas dos primeiros escravos no continente Americano se voltavam às origens de elementos comuns a música africana, o improviso com chamadas e respostas recitando palavras faz parte da cultura negra há muitos anos. Alguns elementos como a síncope, a repetição, a participação da audiência bem comuns na musicalidade africana são identificados por estudiosos da música em gêneros musicais nos Estados Unidos, BRASIL e países que os povos africanos foram escravizados. O canto pode ser entendido como uma forma de diversão que fizesse esquecer o passado e as dores do presente, uma forma de denúncia da exploração que trouxeram como memória fazendo voltar às palavras esquecidas, a repetição abandona a história das humilhações, das derrotas e se incorpora aos antepassados.
    A mensagem do rap se volta para sua História própria e seu contexto de sua comunidade e cidade, estado e país. O rap hoje em Lauro de Freitas e grande parte do Brasil não tem nada de americanizado. Isto é um preconceito de pessoas que não conhecem o que é rap ou hip hop do Brasil e acha que nossas raízes são dos Estados Unidos. Pessoas que pensam assim não conhecem o rap em sua essência da cidade de lauro de Freitas mas espero que um dia conheçam e vão ver que o rap volta-se para mensagens educativas e de alerta para a sociedade e não se vende simplesmente para fazer músicas sem conteúdo convocando as pessoas para baixarias de muitos grupos de pagode ou suingueira da Bahia justificando que querem entrar no sistema para ganhar somente dinheiro mas não possuem nenhum compromisso com a sociedade ou trabalhos sociais.
    A maioria das pessoas que fazem a cultura da Bahia através dessas músicas ditas de baianas do axé são todos vendidos a indústria cultural para reprodução de uma cultura da alienação para que o povo continue sem refletir sobre sua situação de exclusão e quebrem até o chão correndo atrás do trio e enriquecendo os donos de blocos dos carnavais e seu monopólio. Nós do rap somos contra este monopólio, valeu.
    ass; Marcus Vinícius. Historiador. Sou Banca R.A.P.P., SOBREVIVENTE.

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