terça-feira, 16 de agosto de 2011

VIVALDINA CONCEIÇÃO, A POPULAR BADINHA FESTEJA DESDE SEUS 10 ANOS DE IDADE A FESTA DE SÃO LÁZARO NO DIA DE SÃO ROQUE

EXCLUSIVO CATIRIPAPU

Com muito orgulho o CATIRIPAPU participou desta festa, esta é uma tradição de quando Lauro de Freitas ainda era a velha Santo Amaro de Ipitanga, tempo quando ainda uma criança de 10 anos de idade inciou sua devoção a São Lázaro, mas curiosamente festejando no dia 16 de agosto, festa de São Roque.

Para Badinha, uma das mais tradicionais baianas de Lauro de Freitas, uma fiel participante das lavagens e festas populares da cidade, São Lázaro, que no Candomblé é Obaluaê é irmão de São Roque. Este conceito deve ser respeitado, mesmo na sua essência, não ter nada a ver um com o outro na história da Igreja Católica.

SÃO LÁZARO: DIA 17 DE DEZEMBRO

São Lázaro teve a sorte de ser o protagonista de um dos milagres mais impressionantes de Jesus Cristo, já que foi ressuscitado pelo Senhor depois de quatro dias de haver falecido.

Segundo as Sagradas Escrituras, Lázaro adoeceu gravemente e duas de suas irmãs Marta e Maria enviaram com urgência um mensageiro ao lugar onde se encontrava Jesus com a seguinte mensagem: "Aquele a quem Você ama, está doente". Muito belo modo de dizer com poucas palavras muitas coisas. Se o amar, estamos seguros de que virá, e se vier, livrará-se da morte.

SÃO ROQUE: DIA 16 DE AGOSTO

Na Itália e França já se venerava São Roque no século XV, pouco depois de sua morte. São Roque era filho do governador de Montepellier, lugar onde nasceu em 1378, e à idade de 20 anos ficou órfão de ambos os pais. Durante a epidemia de peste que se desatou por aquela época na Itália, o santo se dedicou a assistir os doentes e conseguiu curar a muitos mais tão somente fazendo sobre eles o sinal da cruz.

"Omolu, ou Obaluaiê, é a divindade das doenças contagiosas. Recebe sacrifícios de bodes e porcos. Gosta de pipoca e aberém (massa de milho branco assado em folhas de bananeira). Identifica-se com são Lázaro e são Roque. Sua saudação é "Atotô!".

Talvez a semelhança dos dois Orixás, Omolu e Obaluaiê tenha concebido na querida Badinha, encontrar a semelhança nos Santos Roque e Lázaro. Mas na verdade, o que vale de tudo isso é a sua sabedoria "SABENÇA", algo que surge das entranças, de uma concepção hereditária que não tem antropólogo ou historiador que conseguirá arrancar da sua consciência. Isso é lindo, é poético, é cultura popular, que só o povo baiano tem.

A nossa mais querida e amada baiana, se dedica anualmente para preparar a festa da sua devoção, para gradecer a vida, a saúde e acima de tudo, dar continuidade a sua tradição. Isso porque o seu caruru, feito com mil quiabos, rende para todo mundo que chega para a sua festa. Todos comem felizes, e a sua casa humilde, que mais parece um coração de mãe, cabe sempre mais um, e o sorriso de Badinha não some do seu rosto, que todo tempo traduz a sua felicidade.

Na festa, além dos amigos, não podia faltar o samba de roda, Badinha com seus pedaços de madeiras, ecoando o som que só ela faz, se divertia sapateando e rodando ao som das suas músicas prediletas. Só mesmo Badinha, mãe de família guerreira, artista popular e uma mãe que muito sofreu com a perda de dois filhos, mas nunca se rendeu a tristeza, no qual ela não quer conta em quanto vida tiver. Êta mulher danada, que traduz como nenhuma outra nesta cidade, a verdadeira genética da cultura da minha cidade que tanto amo que é Santo Amaro de Ipitanga.

Por Duzinho Nery

Um comentário:

  1. Duzinho é de Ôgun. Santo gurreiro.16 de agosto de 2011 às 23:10

    Duzete, não conhecia esse lado seu do aché. Parabéns pela verdadeira aula de sincretismo religioso. Ôdoiá, eparê meu pai..

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