Vladimir Platonow - Repórter da
Agência Brasil
A Polícia Civil do Rio está
investigando um jogo de internet que pode estar levando jovens a mutilações
corporais e até ao suicídio. Conhecido como Baleia Azul, o jogo é praticado em
comunidades fechadas de Facebook e Whatsapp. Ele instiga os jogadores, a grande
maioria adolescentes, a cumprirem 50 tarefas, sendo que a última delas é o
suicídio.
A delegada Fernanda Fernandes, da
Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), acredita que o jogo,
já identificado em outros países e outros estados do Brasil, esteja sendo
praticado no Rio. Ela já tem, pelo menos, quatro casos suspeitos, todos
envolvendo adolescentes.
“Não parece se tratar de um
boato.Temos várias comunidades que estamos rastreando sobre o jogo, algumas
falando diretamente o nome Baleia Azul, outras com codinomes. O jogo existe, é
real”, disse a delegada.
Fernanda ouviu, na tarde desta
segunda-feira (17), o pai de uma estudante de 14 anos, de um colégio do
interior do estado, que relatou preocupação de que a adolescente possa estar
envolvida no jogo, pois ela teria riscado a baleia, com objeto cortante, no
antebraço, o que é uma das fases do Baleia Azul.
Nesta terça-feira (18), a
delegada irá, com o pai da jovem, ao seu encontro. O objetivo da investigação,
segundo ela, é evitar que os jovens se suicidem, mais do que encontrar os
mentores dos grupos, o que será feito no decorrer dos trabalhos.
“Temos esta vítima que vamos
tentar ouvir. Os indícios, as fotos e postagens no Facebook, nos levam a crer
que ela tem envolvimento com o jogo. Ela tem o desenho da baleia azul no
antebraço, embora não tenhamos contato com ela para confirmar isso. Nós já
vimos cortes no corpo dela e postagens insinuando suicídio, então a gente fica
preocupada”, disse.
Fernanda Fernandes fez uma apelo
aos familiares e amigos de possíveis vítimas para procurarem a delegacia e
relatarem os fatos. “O apelo para os pais é que verifiquem qualquer mudança,
alteração de comportamento dos jovens e qualquer comportamento depressivo, mais
introspectivo. Se têm hábitos mais noturnos e de madrugada na internet. Os pais
têm que ter controle do que os filhos estão fazendo nas redes sociais. E
prestar atenção se têm indícios de lesão no corpo dos filhos. Também é preciso
entrar em contato com a escola. O adolescente, quando vira vítima do jogo, muda
o comportamento”, disse.
As denúncias podem ser feitas
pelo telefone da DRCI (21) 2202-0273 ou pelo e-mail da delegacia
(drci@pcivil.rj.gov.br). Os mentores dos jogos, que surgiu na Rússia, podem ser
indiciados por crimes de associação criminosa, lesão corporal, ameaça e até
homicídio. Segundo relatos, os mentores ameaçam as vítimas se elas deixarem o
jogo.
Edição: Fábio Massalli
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