Em entrevista ao jornal americano
"Washington Post", publicada nesta quinta (20), Dilma Rousseff disse
que é "muito possível" que o Brasil eleja um "outsider"
equivalente ao presidente Donald Trump.
"Há alguns anos, diria que é
impossível. Agora, acho que é muito possível. Na verdade, posso apontar algumas
figuras que se parecem com ele", afirmou.
Ela mencionou o prefeito
paulistano João Doria (PSDB), descrito pelo jornal como um "empresário
rico que já apresentou a versão de 'O Aprendiz' no país". E Jair Bolsonaro
(PSC), um político de "extrema-direita", segundo o diário, que
"saudou Trump publicamente e atualmente é um dos líderes para 2018 nas
pesquisas de opinião".
"Quando um governo se torna
irrelevante, a política se torna irrelevante. Abre espaço para salvadores da
pátria, para políticos que usam os símbolos e o marketing político e têm
estratégias baseada na pós-verdade", disse a petista.
A ascensão de figuras como Bolsonaro
não a surpreende, segundo afirmou. Na entrevista, disse que o apoio a ele é
parte do mesmo sentimento de raiva contra o status político, o que considera
perigoso.
Ela atrelou sua deposição pelo
Congresso ao futuro da democracia do Brasil e ressaltou a necessidade de
realizar novas eleições para substituir o governo de seu vice, Michel Temer
(PMDB).
Neste mês, Dilma tem percorrido
universidades e outras instituições americanas em palestras. A agenda começou
na Brazil Conference, realizada pela Universidade de Harvard e pelo MIT
(Instituto de Tecnologia de Massachusetts). Também participaram do evento
outras personalidades brasileiras, como o juiz Sergio Moro, Marina Silva, o
ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes e o ator Wagner Moura.
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