terça-feira, 18 de abril de 2017

2,5 milhões de votos podem ter sido manipulados em referendo turco, diz observadora europeia

Até 2,5 milhões de votos podem ter sido manipulados no referendo de domingo na Turquia que foi finalizado com um acirrado “Sim” para maiores poderes presidenciais, disse nesta terça-feira (18) uma integrante austríaca da missão observadora do Conselho da Europa.

A missão de observadores do Conselho da Europa, de 47 membros e principal órgão de direitos humanos do continente, já pronunciou o referendo como uma competição desigual. O apoio pelo “Sim” dominou a cobertura da campanha e as prisões de jornalistas e o fechamento de veículos da mídia silenciaram opiniões contrárias, de acordo com o Conselho da Europa e monitores da OSCE.
Alev Korun, austríaca membro da equipe de observação do Conselho, disse também haver questões sobre a votação em si.

“Isto é sobre o fato de que na verdade a lei só permite envelopes oficiais de votação. A autoridade eleitoral mais alta decidiu, no entanto – contra a lei – que envelopes sem o carimbo oficial fossem admitidos”, disse à rádio ORF.

“Há uma suspeita de que até 2,5 milhões de votos podem ter sido manipulados”, acrescentou Korun, membro do Partido Verde no Parlamento da Áustria. O número de votos seria quase o dobro da margem de vitória de Erdogan.

Presidente da Turquia ganha mais poderes e preocupa Europa

No entanto, autoridades turcas não estão cooperando com esforços para investigar reivindicações de possíveis fraudes eleitorais, de acordo com uma autoridade sênior da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que realizou uma missão de monitoramento separada.

O presidente turco, Tayyip Erdogan, rejeitou críticas à votação, dizendo que observadores estrangeiros devem “conhecer seus lugares”. O Ministério das Relações Exteriores disse que monitores estrangeiros não têm objetividade e imparcialidade.


Michael Georg Link, que comandou a missão de observação da OSCE, disse que a Turquia não está ajudando em investigação sobre possíveis irregularidades e o questionamento de Ancara sobre a neutralidade da OSCE foi “claramente motivado politicamente”.

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