quarta-feira, 8 de junho de 2016

A BOFETADA E A SUA INFLUÊNCIA NA CARREIRA TEATRAL DE DUZINHO NERY

O início da minha carreira teatral teve grandes influências da Cia. Baiana de Patifaria. Me lembro como hoje, em 1994 o amigo Rangel Baiano me convidou para assistir A Bofetada, na época aquela febre que todo baiano teria que ver. Tinha 16 anos, participava ativamente da PJ - Pastoral da Juventude, dos Festivais de Criatividade,das gincanas da cidade, únicos lugares que havia conhecido o teatro, de forma amadora. Ávido por teatro...
Retomando a conversa, fomos para a capital, uma galera no carro de Rangel, cinco pessoas, precisamente rumo ao Rio Vermelho, no Teatro Maria Bethânia. Quando entrei no teatro lotado, me encantei... Lindo teatro, mas posteriormente o teatro se transformou numa igreja, depois numa churrascaria e acho que mais logo, num bingo... Multifacetaram aquele palco, que hoje morro de saudade. Triste saudade!
Ao adentrar na platéia, o inesquecível e saudoso Moacir Moreno, debochava com todos que entravam, riqueza e espontaneidade de improviso que faziam todos morrerem de rir. Na minha opinião, Moacir se foi e levou com ele a Vânia Leão. Outros grandes atores durante estas quase três décadas interpretaram a Vânia, mas igual a interpretação de Moacir, ainda não vi.
Mas pra continuar a prosa, a cena que mais gosto depois da inicial, é a de Fanta Maria (Lelo Filho) e Pandora, na época interpretado pelo o maravilhoso Frank Menezes. Senhora dupla!!! Vixe!!! Perdi as contas de quantas vezes subi nos palcos para participar daquelas aulas. Sempre quis ficar no lado de Fanta.
Tive crise de risos!!! Naquele dia, nasceu de fato o meu desejo pela busca do teatro, no viés profissional. No ano seguinte (1995), fui logo procurar fazer oficinas no Cine Teatro de Lauro de Freitas, onde fui acolhido pela coordenadora Rosa Gonçalves, onde fiz a minha primeira oficina de teatro, com Hirton Fernandes, paralelamente, fui buscar fazer um curso de extensão da Escola de Teatro da UFBA, no Canela, lá fiz o OPA! - Oficina de Preparação do Ator, com os professores Bertho Filho e Vadinha Moura, era o caçula da turma, porém vivi intensamente todos aqueles momentos que só busquei porque A Bofetada me estimulou tudo isso.
Este espetáculo se confunde com a minha história no teatro, por isso serei eternamente grato a Cia. Baiana de Patifaria. Gratidão é a palavra... Valeu aRangel Baiano por me ofertar um convite, pois naquele dia vi que deveria mergulhar profundamente neste universo que uns chamam de TEATRO, mas eu carinhosamente chamo de AMOR. Amor, amor eterno amor...
Aproveito e convido a todos para assistirem esta contagiante e rica comédia baiana. Nada melhor do que dá uma boa bofetada nesta crise e voltar pra casa de alma lavada.
Evoé!!!