O fim de semana em Lauro de Freitas foi recheado com a apresentação de um dos mais importantes eventos das artes cênicas baianas, a Paixão de Cristo, que foi realizado na sua 18ª edição, na arena montada na Praça da Matriz, nos dias 9 e 10 de abril. Com as arquibancadas lotadas, o espetáculo foi apresentado para cerca de 6 mil pessoas durante os dois dias, mesmo acontecendo duas semanas após a Semana Santa. Isso porque o sucesso do espetáculo está nas inovações que a direção artística de Duzinho Nery propões a cada ano.
A Primeira Dama da cidade Drª Adriana Paiva assistiu o espetáculo com a sua família.
O espetáculo que iniciou com um texto marcante de Jesus dialogando com os apóstolos sobre o que iria acontecer consigo. Seus sofrimentos, suas angustias, sua traição e por fim sua humilhante morte numa cruz. E de forma espetacular surge a imagem do Cristo crucificado no calvário simultaneamente, sendo que o ator que dialogava com os apóstolos foi Victor Kizza e o crucificado na abertura, foi o coreógrafo e bailarino Deivison Antunes, que também assinou todas as coreografias da montagem.
Jesus Cristo dialogando com os seus apóstolos
Em seguida, Jesus enfatiza a importância do diálogo com a sociedade sobre o respeito as crianças e a inclusão das pessoas portadoras de deficiências, cena onde os apóstolos no momento em que impossibilitam a aproximação das crianças, são conscientizados pelo mestre, que diz: "Deixai vir a mim a crianças e os puros de coração, pois deles é o reino de Deus".
Jesus Cristo carrega uma criança, simbolo da pureza que todos devem ter
As cenas "pagãs" da época de Cristo também foram inseridas no contexto e de forma enfática, com muita sensualidade e ousadia, levando o público ao delírio. Demonstrada na cena na entrada de Salomé (Marcela Reis), carregada numa liteira por soldados e da Pecadora Pública (Alessandra Budihna), que dançou com a música Luxúria, de Isabella Taviani. Mesmo logo depois de ser perdoada por Jesus, após se livrar do apedrejamento em praça pública.
Marcela Reis interpretou Salomé
Jesus Cristo (Kizza), na Entrada Triunfal em Jerusalém
O sinédrio comandado por Caifás interpretado pelo experiente ator Júlio César Mello, foi um show a parte, juntamente com o tetrarca da Galiléia, o rei Heródes (Luide Prins) e em seguida onde culminou a condenação de Jesus, quando o Governador Pôncio Pilatos (Roberto Sheyps), lava as mãos e o entrega para ser crucificado.
Julgamento de Jesus no Sinédrio por Caifás, interpretado por Julio César Mello
Antecedendo a cena da Crucificação, tem a forca de Judas Iscariotes, o traidor. Onde o Demônio (Alan Nery) junto com a sua legião, aparece de forma apoteótica, com direito a coreografia com efeitos pirofágicos, e para ratificar a forca, surge um texto arrebatador de arrependimento do apóstolo que entregou Jesus com um beijo.
Alan Nery interpretando Satanás e a sua legião de demônios
Logo em seguida, tem a cena emocionante da crucificação, onde Jesus é retirado da cruz e colocado nos braços da sua mãe Maria (Cissa Brito), numa bela imagem do "Pietá", quando os apóstolos recebem o corpo de Jesus e colocam no sepulcro, sob a trilha sonora cantada ao vivo por Lucas Ferreira.
Jesus crucificado no Calvário
A peça finaliza com a ressurreição, onde em seguida Maria Madalena (Alessandra Budihna) vai visitar o sepulcro e não encontra o corpo de Jesus e se desespera, mas o próprio Cristo aparace até a ela e pede anunciar para que todos vão a Galiléia e assim finaliza um espetáculo belo que merece ser visto todo ano, porque nunca se repete, sempre tem novidades que emocionam o público.
Os belos figurinos dos personagens principais foram assinados por Luis Claudio de Vasconcelos, que também caprichou nos adereços.
O figurinista do espetáculo Luis Claudio de Vasconcelos
Vejam outras fotos do espetáculo, créditos de Viviane Sales.