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Jorge Amado é sem dúvidas uma das figuras mais importantes da história da Bahia. Em seu centenário reuniram-se diversas autoridades na antiga casa onde o escritor e sua esposa Zélia Gattai viveram durante anos. Lá, eles receberam amigos e fizeram com que desafetos, como contam os que presenciaram as cenas, apertassem as mãos. A casa, no bairro do Rio Vermelho, de quem se dizia “Anarquista Graças a Deus” é de fato um espaço de conciliação.
Prova disso é a reunião entre os adversários e desafetos em plena campanha eleitoral: ACM Neto (DEM), Mário Kertész (PMDB), Nelson Pelegrino (PT) e Jaques Wagner (PT). Em meio à corrida pela sucessão de João Henrique não foram poucas as oportunidades, nas quais o trio, melhor posicionado nas pesquisas, se apunhalou. Mas hoje, quando o escritor completaria 100 anos, o momento é de conciliação.
A conversa corria solta durante o encontro. Os apertos de mãos, abraços e afagos foram dignos de amigos do velho Quincas a caminhar pelas esburacas (ainda estão) ladeiras do Pelourinho. Num centro do antigo comunista, o momento de reflexão foi certo, mas não se enganem, após deixarem a Rua Alagoinhas, os caminhos serão distintos e a trégua acaba. As ruas Juazeiros, Ilhéus, Feira de Santana, Itabuna, Irara e Canavieira não tiveram a mesma sorte de servirem de residência para Jorge e Zélia.
Mas o momento de “paz” foi registrado e este é um legado não apenas de Jorge, mas da democracia.
Fotos: Gilberto Júnior // Bocão News
