quinta-feira, 5 de abril de 2012

PROFESSORES DE LAURO DE FREITAS ENTRAM EM GREVE DE FOME

Acampados na Câmara dos Vereadores do município baiano de Lauro de Freitas, desde a última terça, professores e trabalhadores da educação deram início a uma greve de fome na manhã desta quinta-feira (5), a fim de pressionar a prefeitura do município a dar uma solução às reivindicações da categoria, em greve desde o dia 26 de março.

Os professores pedem o pagamento do Piso Salarial Nacional, conforme orientação do Ministério da Educação (MEC), respeitando o mesmo percentual para os interníveis. Além disso, segundo o coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Lauro de Freitas (Astrolf), Valdir Silva, a categoria não aceita a perda do adicional de 54% aos salários, após estatuto reformulado e sancionado em 2010, referente à regência de classe (25%), atividades extraclasse (25%) e compensação aos professores graduados de ensino fundamental por trabalharam 20 horas (4%).

Um plano de saúde de abrangência nacional financiado pela prefeitura, com cobertura de atendimento das doenças ocupacionais, também está entre as exigências dos professores. "Chegamos ao extremo. O governo não quer negociar e já enviou um Projeto de Lei à Câmara dos Vereadores, que pode ser votado a qualquer momento. Se for votado, perderemos cerca de 25% dos direitos que conquistamos. Eles só querem negociar fazendo com que a gente perca salário. Isso é um desrespeito com os professores", disse o coordenador do Astrolf.

A prefeita Moema Gramacho declarou que apresentou uma nova proposta, mas afirmou que a categoria não facilita as negociações e mantém as reivindicações iniciais. "Já fizemos diversas propostas, mas eles não querem ceder em nada e nunca fizeram uma contra-proposta", disse a gestora, garantindo que em nenhum momento encerrou as negociações com os professores.

Os professores, no entanto, alegam que a prefeita não fala mais com eles e que a contra-proposta da categoria seria a não votação do Projeto de Lei que reajusta o piso salarial. "Pedimos a ela que o projeto fosse retirado da votação, que se mantivesse o salário atual com a gratificação dos 54%, e que, depois, ela entrasse com pedido de complementação da União, para a equiparação do piso, já que ela diz que a prefeitura não tem condições de pagar o reajuste", explicou Silva.

Para Moema, a postura da categoria em se manter acampada na Câmara dos Vereadores, na tentativa de inviabilizar as votações de projetos, mostra a falta de interesse na negociação. “Os Projetos de Lei só poderão ser votados até a segunda-feira, 9, por conta do ano eleitoral. O que não for votado terá que ficar para a próxima gestão”, disse.

Ainda segundo a gestora municipal, pela proposta apresentada à categoria, Lauro de Freitas está oferecendo um piso salarial de R$ 1.490, maior do que o recomendado pelo MEC, além do adicional de 30% e outras gratificações.

Atualmente, o salário base de um professor graduado nível 1, de 40 horas, no município, é de R$ 1.227. Com a gratificação de 54% (R$ 662,58), o salário sobe para R$ 1.889,58. Se o pagamento atendesse ao piso definido pelo MEC, de R$ 1.451, unido à gratificação dos 54%, a remuneração seria de R$ 2.234,54. A prefeitura quer reduzir a gratificação para 30%, que, segundo Moema, foi uma bonificação dada para melhorar os salários dos educadores até que o MEC determinasse um piso nacional.

"Eles sabem que o adicional foi dado para melhorar os salários, mas que poderia ser alterado a qualquer momento. Sei que ainda não é o salário que um professor merece ganhar. Gostaria de pagar muito mais, mas não posso", disse a gestora.

Proposta - Pela proposta da prefeitura, o município se propõe a pagar salários que vão de R$ 1.937, como menor remuneração para professor não graduado, a R$ 3.928,24, para diretor graduado.

Moema relatou que 60% do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) são destinados ao pagamento dos professores. Os 40% restantes, a prefeitura tem que pagar os demais profissionais da educação, qualificar os professores, realizar manutenção das escolas, entre outras atividades. No ano passado, segundo a prefeita, a arrecadação do Fundeb foi de R$ 54 milhões, mas o governo ainda usou R$ 10 milhões do tesouro municipal para o pagamento da folha dos professores.

O município de Lauro de Freitas conta atualmente com 1.300 professores, sendo 66% deles graduados. Enquanto o impasse não acabar, mais de 30 mil alunos continuam sem aula. (A Tarde)

Sargento Getúlio é o grande vencedor do Prêmio Braskem

Com o tema O Teatro Nosso de Todo Dia, a cerimônia da 19ª edição do Prêmio Braskem de Teatro, dirigida por Elísio Lopes Jr., no Teatro Castro Alves, na quarta-feira, 4, foi um verdadeiro espetáculo multimídia, que incorporou várias linguagens artísticas, emocionando os artistas presentes.

Sargento Getúlio, direção de Gil Vicente, foi escolhido como Melhor Espetáculo Adulto e Rimas da Catarina, como Melhor Eespetáculo Infantil. Sargento Getúlio, texto de Gil Vicente, inspirado em obra homônima de João Ubaldo Ribeiro, foi o primeiro monólogo de Carlos Betão em mais de 20 anos de carreira.

Na categoria Melhor Diretor, o vencedor foi Luiz Marfuz, que encenou Meu Nome é Mentira. Ele recebeu a estatueta de Mãe Stella. Já na de Revelação, venceu o Grupo Teatro Base, composto por alunos ingressos e egressos da Escola de Teatro da Ufba, responsável pelo espetáculo Arbítrio.

Aldri Anunciação venceu na categoria Melhor Texto pelo espetáculo Namíbia, Não!, no qual também atuou como ator. Pedro Dultra desbancou bambas na categoria especial. Ele foi premiado pela iluminação do espetáculo Protocolo Lunar, que uniu atores e bonecos.

Em uma das categorias mais fortes, o intérprete Carlos Betão levou a melhor. Ele foi escolhido o melhor ator pela interpretação no monólogo Sargento Getúlio no ano em que os atores brilharam.

Na categoria Melhor Atriz, a vencedora foi Maria de Souza pelo desempenho em Fim de Partida. (Correio)